Um casal foi detido pela Polícia da República de Moçambique (PRM) em Tete, acusado de tentativa de venda do próprio filho de dois anos de idade, com problemas de albinismo, por quatro milhões de meticais, em conluio com cinco indivíduos, supostamente por si contactados.
Segundo as autoridades policiais, o casal viajou do distrito de Dôa para o de Moatize, para concretizar o negócio, pois acreditava que era onde se encontravam possíveis e potenciais compradores.
Os cinco intermediários receberiam cada 50 mil meticais de gratificação, conforme contaram à imprensa e aos agentes da Lei e Ordem.
Igual valor seria usado para pagar uma dívida contraída durante o lobolo pelo pai da vítima e o restante era para ser aplicado num negócio, uma vez que o casal aspirava a empresário.
Um dos cinco indivíduos que intermediavam a venda do miúdo confirmou que tanto ele como os supostos comparsas foram contactados pelo casal. “Eles [os pais] entregaram-nos a criança para vender” e ainda exigiram que o assunto fosse tratado com maior urgência possível de modo a evitar que alguém roubasse o miúdo, supostamente porque tratando-se de um albino há muita gente a cobiçá-lo.
Um outro detido em conexão com o caso em questão afirmou que o rapaz passou de mãos em mãos porque ninguém estava interessado em comprá-lo, até que a decisão foi tentar baixar o preço caso houvesse um interessado.
O pai da criança refutou as acusações que pesam sobre si, alegando que as pessoas contactadas para agilizar o negócio, bem como a Polícia estão a faltar à verdade. Em nenhum momento “pensámos em vender o nosso filho”.
De acordo com ele, a sua deslocação a Moatize tinha em vista a pesca. Porém, ele e a mulher ficaram surpresos ao serem interpelados e detidos pela Polícia.
Lurdes Ferreira, porta-voz do Comando Provincial da PRM em Tete, disse que caso o negócio tivesse saído conforme o planeado, os progenitores da criança pretendiam mudar-se para a cidade da Beira.
@Verdade