Destaque Mediadores sugerem intervenção de Nyusi e Dhlakama no diálogo

Mediadores sugerem intervenção de Nyusi e Dhlakama no diálogo

Os mediadores do diálogo político entre o Governo e a Renamo, defenderam esta segunda-feira a necessidade da intervenção dos altos dirigentes das partes envolvidas nas negociações sobre a cessação das hostilidades militares em curso no Centro Internacional de Conferencia Joaquim Chissano (CICJC), como forma de se ultrapassar o impasse que se verifica há mais de 80 dias.

O impasse refere ao ponto que versa sobre a despartidarização do aparelho do Estado, que coincide com o anteprojecto que aborda o mesmo assunto submetido pela bancada parlamentar do MDM na Assembleia da República.

Desde o princípio do ano em curso, sobretudo no mandato do novo presidente da república, Filipe Nyusi e o seu governo, as conversações entre o executivo e a perdiz no CICJC têm se caracterizado pela troca de acusações fora de agenda, tornando-se cada vez mais difícil chegar-se ao consenso no ponto principal que é desmilitarizar os homens residuais da Renamo.

Mesmo com a ajuda da Equipa Militar de Observação da Cessação das Hostilidades Militares (EMOCHM), cuja missão principal é desmilitarizar a Renamo e integrar as suas forças nas FDS e PRM, não houve nenhum avanço registado até este momento.

Falando esta segunda-feira sobre o diálogo, um dos mediadores nacionais, padre Filipe Couto, mostrou-se indignado pela forma como a Renamo e o governo estão a tratar os assuntos discutidos nas rondas com mais de dois anos e 104 encontros sem resultados promissores.

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Aliás, é pela terceira vez consecutiva que os facilitadores do diálogo intervêm para manifestar o seu descontentamento, pese embora sem nenhuma mudança por parte das partes envolvidas.

Para Couto, a melhor forma de se ultrapassar os impasses é, se levar os pontos que mostram-se difíceis para os chefes das duas delegações nomeadamente José Pacheco e Saimone Macuiane, submeterem aos seus lideres, afim de intervirem no processo, o que está longe de acontecer, implicaria manifestar as suas incapacidades perante os signatários.

“Parece-me que nos falta a coragem para dizer à quem de direito que daqui para a frente nos faltam as baterias para resolver os problemas dos quais não temos as hipóteses. Neste caso, somente duas pessoas têm as soluções (o Presidente da República, Filipe Nyusi e o líder da Renamo, Afonso Dhlakama)”, defendeu Couto.

No que tange a despartidarização da Função Pública, os mediadores reiteraram mais uma vez que este ponto não é monopólio da Renamo e a Frelimo, e que deve ser submetido ao parlamento para que todas os partidos que representam o povo possam discutir.