Sociedade Criminalidade Insegurança: Moçambique desce no ranking sobre boa governação africana

Insegurança: Moçambique desce no ranking sobre boa governação africana

A insegurança faz com Moçambique recue duas posições no Índice Ibrahim de Boa Governação Africana (IIGA) 2014, para o vigésimo segundo, entre 52 países africanos avaliados. “Este índice obriga ao estabelecimento de certas prioridades” e “há-de ser necessário saber como adaptar o que o índice sugere para Moçambique”, sugeriu o antigo presidente da República, Joaquim Chissano.

Moçambique, cuja estabilidade estava reflectida na avaliação do índice nos últimos anos, perdeu dois pontos no espaço de 12 meses devido às questões relacionadas com a segurança nacional e pessoal.

São apontadas como causas, as hostilidades militares protagonizadas entre o governo e homens residuais da Renamo, desestabilização que durou um período de mais de um ano e meio.

Falando na passada terça-feira (30), em Londres, o antigo estadista moçambicano, Joaquim Chissano, citado pela Lusa, entende que, para se inverter a situação, carece o estabelecimento de certas prioridades.

 “Esta questão da segurança pode ser que não seja exactamente assim. O índice foi feito num determinado momento, refere-se ao ano passado e a situação parece ter melhorado, os raptos, tanto aqueles motivados por dinheiro como aqueles que tenham como objectivo o tráfico de pessoas, pararam”, realçou Chissano.

No topo dos cinco melhores mantêm-se Ilhas Maurícias (81,7 pontos), seguidas por Cabo Verde (76,6), Botsuana, (76,2), África do Sul (73,3) – quem conquistou a quarta posição é Ilhas Seicheles (73,2).

Recomendado para si:  Moçambique regista 26 mil novos casos de cancro anualmente

No âmbito dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), encontra-se na melhor posição, Cabo Verde que ocupa o segundo lugar no ranking, à frente de São Tomé e Príncipe (12º), Moçambique (22º), Angola (44º) e Guiné-Bissau (48º).

Por sua vez, Moçambique recuou duas posições e aparece na 22ª posição, devido sobretudo à maior insegurança no país.

São Tomé e Príncipe é um dos países que continua a progredir na avaliação, mas perdeu um lugar e caiu para o 12º posto. A Guiné-Bissau foi um dos países que piorou nos últimos cinco anos.

Angola inverteu a tendência de subida dos últimos anos ao cair para o 44º lugar na tabela de 52 países, perdendo cinco posições devido, essencialmente, a recuos nas áreas da igualdade entre sexos, participação cívica e direitos humanos, bem como no ambiente económico.

Refira-se que, a Fundação Mo Ibrahim, homónima do milionário sudanês que a criou em 2006, apoia a boa governação e a liderança em África e elabora anualmente desde 2007 o Índice Ibrahim, o mesmo tem como objectivo informar e ajudar os cidadãos, sociedade civil, parlamentos e governos a medir o progresso.

A avaliação é feita seguindo diferentes critérios, agrupados em quatro categorias nomeadamente, Segurança e Estado de Direito; Participação e Direitos Humanos; Oportunidade Económica Sustentável; e Desenvolvimento Humano.