Politica Trabalhadores acusam Governo de Guebuza de “arrogância e falta de respeito”

Trabalhadores acusam Governo de Guebuza de “arrogância e falta de respeito”

O Governo moçambicano esteve ausente mais uma vez, e sem qualquer tipo de justificação, nas cerimónias do Dia Internacional dos Trabalhadores na capital do país, num acto considerado pela massa laboral como sendo de arrogância e falta de respeito.

Depois de ter aprovado aumentos considerados insultuosos, chegando a rondar os 200 meticais, o Governo preferiu não ir à Praça dos Trabalhadores. Esta é, de resto, uma prática institucionalizada no mandato de Guebuza, o qual apenas aparece em cerimónias em que é louvado.

Mas os trabalhadores lá foram à praça na baixa da cidade de Maputo, e gritaram bem alto o quanto o Governo é culpado pela sua actual situação. Com desfiles, cânticos, e cartazes contendo vários dizeres, os trabalhadores exigiram melhores condições salariais e laborais, e denunciaram as más condições de trabalho e a desigualdade de direitos

Participaram nas cerimónias, segundo as estimativas da Organização dos Trabalhadores de Moçambique (OTM), mais de 30 mil trabalhadores em todo país.

No seu discurso, a secretária executiva da OTM da província e cidade de Maputo, Ana Timana, defendeu a necessidade de haver um diálogo inclusivo na resolução dos problemas do transporte público, sobretudo nas grandes cidades moçambicanas, dado que o trabalhador é a principal vítima.

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Para Ana Timana, o grande problema que preocupa a organização é da falta de transporte público, motivada, segundo ela, pela incapacidade do Governo de disponibilizar transporte condigno, de modo a que os trabalhadores sejam transportados em boas condições.

Faliu também dos congestionamentos que caracterizam as grandes cidades moçambicanas, que obrigam os trabalhadores a chegarem atrasados aos seus locais de trabalho e que, por via disso, provocam baixo rendimento ou baixa produtividade.

Os salários magros que são pagos pelos diversos sectores de actividade, perante a indiferença das autoridades governamentais, e que vem debilitar cada vez mais a capacidade de compra da maioria dos trabalhadores moçambicanos, também foram apontados como principais preocupações do movimento sindical neste momento.

O movimento sindical, através da secretária executiva desta organização na província e cidade de Maputo, questiona ainda até quando os trabalhadores e os estudantes irão continuar a ser transportados em carrinhas de caixa aberta, uma vez que as mesmas são um grande atendado à vida dos seus utentes.