Politica Governo e Renamo entendem-se após três meses sem diálogo

Governo e Renamo entendem-se após três meses sem diálogo

As duas delegações estão de acordo sobre a presença dos observadores nacionais no diálogo político, nomeadamente, o bispo da Igreja Anglicana, Dom Dinis Sengulane, e o académico Lourenço do Rosário.

Retomaram ontem as negociações entre o Governo e a Renamo visando pôr fim à tensão político-militar no país. O executivo e a “‘Perdiz” entenderam-se e as duas partes já aceitam a presença de observadores nacionais. É, na verdade, o fim de três meses sem negociações. A Renamo voltou ontem ao Centro de Conferências Joaquim Chissano para retomar o diálogo político com o executivo sobre a actual situação do país.

Num breve encontro, as duas delegações chegaram, finalmente, a entendimento sobre a presença de Dom Dinis Sengulane e de Lourenço do Rosário como observadores nas conversações.

O ministro dos Transportes e Comunicações, Gabriel Muthisse, na qualidade de representante do Governo, disse minutos após o encontro com a sua contraparte que o espírito das duas delegações foi positivo, pois conseguiram, em curto espaço de tempo, entender-se em questões essenciais relacionadas à participação de terceiros no diálogo. “Esta é uma ideia que foi acordada pelas partes. Temos fé que o trabalho que vamos fazer a seguir é procurar acordar os critérios, os termos de referência da participação de terceiros, de observadores, que criará condições muito mais positivas para o avanço do diálogo”, explicou Muthisse.

Recomendado para si:  IMD e AR assinam memorando para promover boa governação e inclusão democrática

Impressionado, o Governo elogiou a postura da delegação da Renamo e diz que esta mostrou uma atitude construtiva. Assim, acredita que “vamos tentar, nas próximas sessões, consolidar esse espírito, de modo a que isso tenha reflexos positivos na vida económica, social, política e cultural do nosso povo”, afirmou, explicando que “o mais importante é a participação de terceiros, de observadores. As duas partes sentarão para definir os critérios de participação desses terceiros. “Acho que a nossa expectativa, e creio que também é a da Renamo, não é ver quem ganhou ou perdeu. A nossa expectativa é que desse debate ganhem todos os moçambicanos. O nosso foco é que os moçambicanos ganhem, possam produzir e viver num clima de paz.”