Economia Chefe de Estado volta a exaltar ProSavana

Chefe de Estado volta a exaltar ProSavana

O Presidente da República (PR), Armando Guebuza, voltou a elogiar o ProSavana. Um programa agrário bastante criticado pela sociedade civil, alegadamente porque tem “intenções secretas” de usurpação de terras. Mas para o PR, o ProSavana é um programa que vai transformar o Corredor de Nacala, no que chamou de um “portentoso instrumento de combate contra a fome e contra a pobreza.” Guebuza falava no último domingo, em Maputo, na cerimónia de abertura do Fórum de Investimento Moçambique Japão.

Diversas individualidades e organizações da sociedade civil já se pronunciaram, alertando que as mais de 4 milhões de pessoas que dependem da agricultura, numa área de mais de 10 milhões de hectares nos 19 distritos em três províncias do norte de Moçambique, nomeadamente, Nampula, Niassa e Zambézia, poderão ficar sem terra e consequentemente na fome.

Ainda assim, Guebuza apoia o projecto considerando que vai “elevar os índices de produtividade e integrar mais compatriotas na produção agrária de grande escala.” Para além de Moçambique, o programa envolve o Japão (o mentor do projecto, que nos últimos tempos tem fortalecido as relações com Moçambique) e o Brasil.
O programa foi desde cedo caracterizado por um secretismo e falta de transparência, até que em Março do ano passado, após uma fuga de um exemplar do Plano Director para o programa, foi parar nas mãos da sociedade civil.

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O referido Plano Director foi produzido por uma equipa de consultores estrangeiros que se suspeita que tenham ligação com as multinacionais do agronegócio. O programa é ainda caracterizado pela ausência de consultas públicas aos afectados, desconsiderando claramente as suas necessidades.