Politica Afonso Dhlakama está desaparecido há mais de um mês

Afonso Dhlakama está desaparecido há mais de um mês

Faz mais de um mês que o presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, está desaparecido ou na famosa “parte incerta”. Na passada quinta-feira, 21 de Novembro, completou-se um mês desde o desaparecimento de Dhlakama. Os confrontos intensificaram-se e a cada dia que passa adicionam-se relatos de mortes, com mais incidência para as tropas governamentais. A chefe da bancada parlamentar da Renamo desmentiu os rumores que dão conta que Afonso Dhlakama abandonou o País depois do bombardeamento da sua base em Sadjundjira.

Maria Angelina Enoque disse, em entrevista à agência portuguesa de notícias PNN, que Afonso Dhlakama está no País e no distrito da Gorongosa, na província de Sofala.
“O que eu sei é que ele está em Moçambique. Agora não me pergunte como é que sei. Eu não falo com ele porque não tenho como falar. Pelo que sei, ele não está fora do País. Está na Gorongosa. Onde, concretamente, não sei”, disse a líder parlamentar da Renamo, contornando qualquer outra questão sobre o caso.

O líder do partido da oposição está desaparecido desde 21 de Outubro, quando as tropas governamentais assaltaram a sua residência em Sadjundjira, na Gorongosa.

Enquanto os confrontos continuavam, a Assembleia da República (AR) desenvolvia os seus trabalhos normalmente. A bancada parlamentar da Renamo reuniu-se, na semana passada, com a Presidente da AR para saber o que a instituição poderia fazer relativamente à situação.

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“Pensamos nós que a Assembleia da República não pode continuar a assistir a mortes e à vandalização de bens”.

Segundo a PNN, a presidente da AR terá pedido à Renamo para apresentar propostas de soluções para o impasse. Segundo a sua líder parlamentar, o partido informou a presidente do Parlamento que a inclusão dos observadores nas negociações era uma das saídas para evitar os constantes impasses.

Segundo Maria Angelina Enoque, a presidente disse que ouviu e que iria fazer tudo que estivesse ao seu alcance.

“Estamos numa guerra não declarada. Porque quando temos as forças armadas no terreno é mesmo uma situação de guerra. As mortes que temos vindo a assistir não se justificam”, disse Maria Angelina Enoque.

Sobre as negociações políticas que têm decorrido, a chefe da bancada da Renamo continua a dizer que “são necessárias negociações sérias”.

“Nós queremos um diálogo de facto, e não aquele entretenimento a que temos vindo a assistir. Queremos que o diálogo produza resultados. Neste momento não estamos a ter um diálogo sério”, referiu.

Segundo Maria Angelina Enoque, um diálogo sério com a inclusão de observadores vai “amainar a tensão e baixar esta situação de guerra”.