Politica Governo tenta recusar ataque a Sadjundjira

Governo tenta recusar ataque a Sadjundjira

Depois de na sexta-feira as forças governamentais terem atacado as periferias de Sadjundjira, “com armas pesadas”, conforme a deputada Ivone Soares contou ao Canalmoz, no sábado apareceu um dos porta-vozes do Ministério da Defesa Nacional (MDN), Cristóvão Chume, a negar que a ordem do ataque tenha saído do Governo.

As declarações de Chume, veiculadas pelos órgãos de comunicação pública, abrem duas hipóteses, ambas preocupantes. Ou o ataque foi da iniciativa dos militares no terreno em desobediência ao Governo e ao comandante em chefe, ou o Governo anda a querer desinformar.

Como noticiou em tempo oportuno o Canalmoz, citando sempre os membros da Renamo, as tropas governamentais (FIR e FADM) atacaram por volta de 15h30 da sexta-feira os postos avançados dos homens da Renamo, ataques que continuaram até às 22 horas do mesmo dia.

Na sexta-feira e no sábado seguinte, membros da Renamo que saíam de Sadjundjira para diversos pontos do País eram seviciados pelas forças governamentais.

“Estabeleceram fronteira e não deixam sair nem entrar ninguém, incluindo a população local”, disse na noite da sexta-feira ao Canalmoz Jeremias Pondeca, em contacto telefónico momentos antes de ser interrompida a sua chamada por um agente da Polícia.

Entretanto, os cerca de 60 membros da Renamo provenientes de vários pontos do País, que estavam retidos em Mucodza pelas FADM e FIR quando saíam de Sadjundjira, foram liberados ao fim da tarde de sábado e ao início da noite do mesmo dia já se encontravam no Inchope.

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Jeremias Pondeca, num contacto telefónico com o Canalmoz, disse que ele e outros foram “rasteirados e empurrados” e foram “forçados a andar a pé com as malas às costas”.
Do grupo “seviciado” pelas forças governamentais faziam parte Saimone Macuiane, chefe da missão da Renamo às conversações com a missão do Governo chefiada pelo ministro da Agricultura, José Pacheco.

Dhlakama está bem

Entretanto, fontes seguras garantiram que Afonso Dhlakama está bem e salvo. Não se sabe porém se neste momento o líder da Renamo continua na sua base, na Serra de Gorongosa.

Governo nega ataques

Um dos porta-vozes do Ministério da Defesa Nacional (MDN), Cristóvão Chume, apareceu à noite de sábado na televisão pública a negar que tenha havido ataque em postos avançados da Renamo em Sadjundjira.

As palavras de Chume contrariam informação confirmada por diversas fontes desde membros da Renamo, deputados da mesma bancada e jornalistas independentes.
Ao que parece, o MDN pretende desenformar ou o ataque foi da iniciativa dos militares, à revelia do Governo.