Politica Vida acima de todas as normas e valores – Alberto Vaquina

Vida acima de todas as normas e valores – Alberto Vaquina

O Primeiro-Ministro moçambicano, Alberto Vaquina, defende que a vida de cada cidadão moçambicano está acima de todas as normas e valores culturais.

Vaquina falava hoje em Xai-Xai, província de Gaza, sul do país, durante a sessão de abertura do 2/o Conselho Directivo Alargado do Conselho Nacional do Combate ao Sida (CNSC), presenciado pelo governador de Gaza, Raimundo Diomba, e a presidente daquele Município, Rita Muianga.

Na mesma ocasião, Vaquina condenou àqueles que impedem os familiares e seus próximos de saber o seu estado de saúde.

“Não há normas nem valores que possam levar as pessoas a limitar o acesso dos seus familiares ou parceiros a procurarem ajuda das unidades sanitárias a tempo do diagnóstico e tratamento clínico que traga a solução para as suas preocupações de saúde”, disse Vaquina.

Para o Primeiro-Ministro, o mais preocupante ainda é feminização do HIV/Sida, cujas consequências são desastrosas. Vaquina defendeu a necessidade de, nas unidades sanitárias, não se consultar os doentes para fazer o teste de HIV-Sida.

“Se o médico quando um certo doente tem malária pode fazer o teste, mas ao HIV não. Isto aumenta o estigma. Há organizações que falam do direito das pessoas que estão doentes, mas qual é o maior direito para além da vida?” questionou Vaquina.

Segundo Vaquina, a prevenção da sida depende de todos moçambicanos.

“Estamos, também, profundamente preocupados perante o cenário cada vez mais crescente do número de crianças órfãs, de pais que encontram a morte por HIV/SIDA, de mulheres obrigadas a suportar as adversidades desta epidemia, bem como dos nossos compatriotas mineiros que regressam ao país já doentes, vindo encontrar a morte no país, e mesmo dos milhares de mineiros moçambicanos infectados.”

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Vaquina asseverou que a prevenção desta doença deve ser feita em coordenação com os líderes comunitários, pois estão inseridos nas comunidades e conhecem as populações que dirigem.

“Devemos educar com exemplo as crianças, não abusa-las sexualmente e não obriga-las a casar cedo. Os nossos dirigentes abusam as crianças, depois arranjamos modos de pagar aos pais para que se livrem deste problema, isso deve acabar”, apelou.

Ademais, ele inclui ainda a fortificação da alfabetização dos moçambicanos como solução para erradicar a doença.

“Se não trabalharmos na alfabetização, alfabetização para vida, não teremos muitos sucessos no combate à sida. Toda a nossa atenção deve ser feita aqui, na alfabetização”, referiu o primeiro-ministro.

Por seu turno, Diomba apontou como principais desafios na área da coordenação e descentralização da resposta do HIV-Sida a intensificação de ligação entre o nível distrital e provincial nos processos de planificação.

“Queremos também adoptar mecanismos para o fortalecimento duma interacção sustentável com os parceiros locais, sobretudo aqueles que acrescentaram valores em trabalho ao nível do distrito”, disse o governador.