Politica Mulheres basilares no desenvolvimento humano – Guebuza no Malawi

Mulheres basilares no desenvolvimento humano – Guebuza no Malawi

O Presidente Armando Guebuza afirma que nenhum empreendimento ou luta contra os males que afligem a humanidade será bem-sucedida se as mulheres continuarem a ser excluídas.

Guebuza falava perante uma audiência constituída maioritariamente por mulheres que participaram numa conferência organizada pela União Africana para celebrar o 10/o aniversário do Protocolo sobre os Direitos da Mulher Africana e do Género, um evento de cinco dias e que terminou quinta-feira em Lilongwe.

A conferência teve o seu ponto mais alto com a intervenção de Guebuza, que vincou que caso as mulheres sejam excluídas dos processos de desenvolvimento e da luta contra as epidemias, por exemplo o HIV/SIDA, não será possível alcançar vitórias significativas.

“A educação da rapariga ocupa lugar central e transversal no alcance das Metas de Desenvolvimento do Milénio. Com efeito, não se pode reduzir a mortalidade infantil e nem melhorar a saúde materna sem a educação da rapariga. No mesmo quadro, não se pode erradicar a pobreza extrema e a fome, combater o HIV/SIDA, a malária e outras doenças, e garantir a sustentabilidade ambiental sem uma aposta concreta e acertada na educação da rapariga, a futura mãe”, vincou.

Elogiou efusivamente as mulheres africanas que, em muitos casos ainda são vítimas de maus-tratos. Aliás, disse o estadista moçambicano, “as mulheres são dotadas de uma capacidade de congregar os contrários e conferir-lhes harmonia’’.

Guebuza disse ainda a sua audiência que o que ‘’caracteriza a mulher africana’’ e faz dela ‘’uma fonte de inspiração para os desafios que temos em frente’’, é a sua ‘’humildade que contrasta com o seu apurado sentido analítico’’.

Enumerou ainda a multiplicidade das funções exercidas pelas mulheres, incluindo “ser mãe, esposa, dirigente e educadora das gerações mais novas’’.

“São elas que moldam à sua imagem e semelhança todos os outros futuros homens e futuras mulheres’’, disse.

As mulheres são a “Escola Natural, como dizia há cerca de 200 anos o académico português Augusto de Castilho na sua famosa obra Correspondências Académicas.

GUEBUZA DIZ QUE EDUCAÇÃO E CHAVE NA EMANCIPAÇÃO DA MULHER

O estadista moçambicano vincou que para que as mulheres africanas saibam defender os seus direitos é imperioso que as raparigas tenham livre acesso as escolas a semelhança dos rapazes.

Vincou que o acesso da rapariga a escola é uma das prioridades do governo moçambicano, arrolando um conjunto de dados estatísticos que mostram claramente a evolução positiva da educação da rapariga moçambicanas depois da independência conquistada em 1975.

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Revelou que dos 3.600.000 alunos existentes em Moçambique em 2004 no ensino primário, 1,6 milhões eram raparigas, o que correspondia a 45 por cento em relação aos rapazes.

Disse também que no corrente ano, 2,6 milhões dos seis milhões de alunos das escolas primárias são raparigas, o que percentualmente representam uma evolução de 48 por cento ou seja, menos dois por cento para se atingir uma paridade entre ambos os sexos.

Informou que a mesma tendência regista-se no ensino secundário, uma vez que dos 331.000 alunos existentes em todo o país em 2004, 135.000 eram raparigas.

Em 2013, houve uma tendência de haver empate entre rapazes e raparigas, dado que dos cerca de 974.000 que estavam matriculados, 467.000 eram raparigas, o que correspondia a 48 por cento.

O mesmo se verifica no ensino superior, uma vez que dos mais de 22.000 estudantes existentes em 2004, cerca de 7.000 eram raparigas, um número correspondente a 38 por cento. Mas em 2013, a tendência melhorou ainda relativamente, porque dos cerca de 107.000 matriculados, pelo menos 42.000 eram raparigas, ou seja 39 por cento.

Guebuza revelou que ainda na sua intervenção que graças ao empenho na educação o Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, decidiu convidar Moçambique a integrar os países que são considerados como ‘‘Campeões Mundiais da Educação’’.

Refira-se que quando Moçambique se tornou independente, cerca de 90 por cento da sua população analfabeta, uma situação que afectava particularmente a mulher.

Actualmente estima-se que 60 por cento a população adulta que não sabe ler é constituída na sua maioria pelas pessoas adultas na altura da proclamação da independência de Moçambique em 1974.

O estadista moçambicano vincou que Moçambique, bem como a região da SADC, uma organização que presidiu nos últimos 12 meses abraçou a educação com paixão.

Justificou esta paixão pela educação das gerações mais jovens e da rapariga em particular, dizendo que uma mulher educada, emancipa-se a si própria, porque a educação é que desperta o espírito empreendedor que habita em cada mulher africana’’.

Vincou que foi graças “a educação que incutiu conhecimentos e habilidades a muitas mulheres e muitas profissionais e dirigentes africanas que servem de modelo e de referência para as raparigas que hoje frequentam as nossas escolas’’.