Para o efeito, foi lançado ontem, em Maputo, o fundo na ordem de 8.4 milhões de meticais para financiar iniciativas inovadoras para a redução da vulnerabilidade ao HIV/SIDA ao longo dos corredores de desenvolvimento de Moçambique.
Financiados pela Organização Internacional do Trabalho, os projectos serão submetidos a um comité de avaliação e, uma vez aprovados, serão financiados através da Zandamela Microcredit, empresa que ganhou o concurso para providenciar serviços financeiros a este grupo alvo.
A ministra do Trabalho, Maria Helena Taipo que fez o lançamento da iniciativa, disse que o objectivo primordial é apoiar os beneficiários a aumentarem os seus conhecimentos e habilidades para acederem às oportunidades económicas reduzindo, desta forma, a sua vulnerabilidade perante o HIV/SIDA.
Com o lançamento da iniciativa, Moçambique é um dos seis países com projectos do género. Os outros são a Zâmbia, Malawi, Tanzânia, Zimbabwe e África do Sul. Segundo Martin Clemenson, Director Regional da Organização Internacional do Trabalho (OIT), em 2006 foi levado a cabo um projecto, financiado pela Suécia, que beneficiou fundamentalmente aos camionistas de longo curso. Com a revisão feita em 2009, ficou visto que tinha deixado de fora um grupo muito importante, nomeadamente de mulheres e adolescentes que estão em risco do HIV devido à sua actividade e interacção com os camionistas.
“Nesta segunda fase, dá-se enfoque ao empoderamento económico deste grupo alvo dando alternativas de sobrevivência através de actividades económicas. A ideia é transformar a vida dos grupos vulneráveis particularmente a mulher e jovem que podem investir em projectos de pequena escala ”, disse.
Para este programa o grupo alvo pode se candidatar de forma individual ou colectiva. Nesta última vertente, foram identificadas como parceiras do projecto a ASSOTSI, a Mukhero a a ARPA, todas de Maputo e a Macadeira de Manica que poderá ser extensivo a outros beneficiários atendendo que se trata dum crédito rotativo.
Helena Ferro, representante da Organização dos Trabalhadores de Moçambique, defendeu na ocasião que os corredores rodoviários para além de vectores de crescimento económico, são igualmente uma fonte de propagação do HIV devido a pobreza a que muitas mulheres e adolescentes estão expostas bem como a ignorância dos perigos da sexualidade desprotegida. Na sua óptica, o empoderamento deste grupo alvo pode permitir a redução da exposição ao HIV.
Falando por ocasião do lançamento da iniciativa, Helena Taipo congratulou-se com o facto de haver progressos na luta contra o HIV que se consubstancia no facto de o número de novas infecções estar a diminuir progressivamente e os casos da doença tenderem a estabilizar-se nos últimos três anos.
Segundo indicou, apesar desta tendência estacionária o HIV continua uma das causas de desaceleração dos esforços visando a erradicação da pobreza pois afecta directamente a economia, tanto familiar como nacional.
Para contrariar esta situação, segundo indicou, é preciso uma atenção especial de todos os actores sócio-económicos para a redução dos índices de infecção, através da prevenção e mitigação do impacto.
É neste contexto que surge o lançamento do presente fundo com o qual pretende-se apoiar os grupos de risco a aumentarem os seus conhecimentos e habilidades para aceder ás oportunidades económicas.
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