As autoridades moçambicanas de saúde anunciaram a criação de uma Força-Tarefa destinada a avaliar o impacto da diminuição do financiamento externo, propor medidas de mitigação e promover um diálogo multisectorial fundamentado em evidências no sector da saúde.
O sector da saúde no país tem enfrentado uma grave escassez de recursos financeiros. A situação degradou-se ainda mais após o encerramento da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em Julho, dado que o financiamento para o desenvolvimento pela USAID era frequentemente dirigido a diversas ONG que geriam projectos de saúde. Sem esses fundos, muitos desses projectos foram forçados a encerrar, resultando na perda de cerca de 2.500 empregos em Moçambique.
Ivan Manhiça, Secretário Permanente do Ministério da Saúde, salientou que a Força-Tarefa terá como prioridade organizar reuniões com trabalhadores da saúde e parceiros, a fim de discutir o impacto da redução do financiamento, “num contexto de aumento da frequência e severidade das emergências de saúde no país.”
“A criação desta força-tarefa visa também a identificação e implementação de reformas urgentes que garantam a continuidade de serviços de qualidade para os moçambicanos”, referiu Manhiça.
O responsável acrescentou que esta Força-Tarefa servirá como uma janela na busca de soluções para mitigar o impacto e permitir a continuidade dos projectos em curso.
Manhiça espera que a Força-Tarefa produza resultados no curto, médio e longo prazo, “permitindo ao sector da saúde ter alternativas de financiamento interno, especialmente para questões fundamentais. O modelo de financiamento deve ser equilibrado para garantir que o sector funcione de forma mais eficiente e reduza a dependência externa.”