No seu mais recente relatório sobre a economia moçambicana, o BPI refere que o IDE líquido do exterior praticamente duplicou em 2012, em relação ao ano anterior, passando de 2,7 biliões de dólares para 5,2 biliões de dólares, destinados sobretudo aos grandes projectos.
“A capacidade de atracção de investimento estrangeiro e a exploração de recursos naturais têm sido determinantes para elevar o potencial de crescimento da economia”, refere o BPI, citado pela agência de notícias “Macauhub”.
De acordo com a fonte, no ano passado, 83 por cento do IDE líquido, o equivalente a 35,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), foi absorvido pelo sector da indústria extractiva e cerca de 76 por cento direccionado a grandes projectos.
Os grandes projectos são responsáveis por mais de metade das exportações de bens e o alumínio produzido pela fábrica da Mozal, localizada na província de Maputo, continua a ser o principal produto de exportação, mas o carvão tem estado a ganhar quota muito rapidamente.
“A exploração dos recursos naturais em Moçambique, principalmente de carvão e gás, tem-se assumido como o principal factor de interesse para o IDE e tem justificado a expansão extraordinária do sector, suportando as elevadas taxas de crescimento da economia”, acrescenta o relatório.
Em 2011 Moçambique foi o 14º país com maior IDE, mas no ano passado o país poderá ter entrado na lista dos 10 primeiros lugares das economias africanas que mais investimento estrangeiro atraíram.
No topo da lista de investidores no ano passado esteve o Brasil, com 25 por cento do total, seguido dos Estados Unidos da América, com 18 por cento, e Austrália e Itália, com 12 por cento.
Estes influxos de capital dirigem-se a sobretudo a projectos mineiros, destacando-se no caso do Brasil o investimento da Vale na exploração de carvão em Moatize, província de Tete, centro do país.
A capacidade de atracção de investimento está relacionada com a “abundância de recursos naturais”, mas também por causa de incentivos fiscais atribuídos a grandes investimentos.
Para este ano, o BPI prevê uma aceleração do crescimento económico de Moçambique para 8,4 por cento, com a indústria extractiva a ser o sector mais dinâmico, atingindo um ritmo de crescimento de 18,6 por cento, devido ao aumento da produção nas minas de Moatize, Benga e outras.
Segundo o FMI, Moçambique estará entre as 15 economias mundiais com crescimento real mais elevado pelo menos até 2018. O FMI prevê igualmente que as receitas e despesas públicas continuem a aumentar nos próximos anos, em que se espera ainda uma redução da ajuda externa.
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