O presidente da Renamo, Afonso Dhlakama, convidou ontem a imprensa para a sua base aqui em Sadjundjira, no sopé na Serra da Gorongosa, e reafirmou que está disposto a encontrar-se com o presidente da República, Armando Guebuza, mas não em Maputo, por temer que na sua ausência possa haver distúrbios no seu reduto entre homens que lhe são leais e forças policiais e do exército nacional que o estão a cercar desde que em Outubro do ano passado foi estabelecer-se no local onde hoje se encontra com residência permanente.
Dhlakama disse que está disposto a ir a Maputo se Guebuza ordenar a desmilitarização imediata da Gorongosa. Disse ainda que caso isso não suceda está disposto a encontrar-se com o presidente da República na Vila da Gorongosa ou noutro local qualquer nem que seja num espaço no meio de uma floresta.
O líder da Renamo reafirmou o seu compromisso com a Paz e fez questão de aludir que o país não está em guerra.
Dhlakama assegurou perentoriamente que se o Pacote Eleitoral for revisto nos termos que a Renamo deseja “os problema acabam hoje mesmo” e o resto dos pontos poderá ser discutido com mais calma.
O presidente da Renamo assumiu que os ataques entre o Save e Muxúnguè foram feitos pela Renamo mas disse que a Renamo não ataca alvos civis se estes não estiverem misturados com forças policiais e militares.
A conferência de imprensa ocorreu depois de Afonso Dhlakama se ter reunido com uma delegação do Observatório Eleitoral, presidido pelo Bispo metodista, Dinis Matsolo.
Antes de ir a Sadjundjira o Observatório Eleitoral esteve reunido com o presidente da República em Maputo.
A resposta de Dhlakama ao chefe de Estado Armando Guebuza irá ser-lhe transmitida pelo Observatório Eleitoral, mas Dhlakama fez questão de informar que tem estado a usar outros canais para se comunicar com o presidente da República.