Economia Académico português critica fraco investimento científico em África

Académico português critica fraco investimento científico em África

O académico português, Boaventura de Sousa Santos, proferiu na tarde desta segunda-feira uma palestra subordinada ao tema “A ciência no século XXI: Incertezas e Desafios”, onde criticou o fraco investimento científico em universidades africanas. A oração foi organizada pela Direcção Cientifica da Universidade Eduardo Mondlane (UEM).

Num evento que contou com a presença de académicos, estudantes e a direcção da UEM, o sociólogo português alertou sobre o risco de se estar a criar cursos seguindo como critérios apenas as necessidades do mercado, chegando a considerar que a ideia de empregabilidade é uma questão brutal e limita o desenvolvimento das outras áreas do conhecimento científico e das próprias universidades.

Boaventura acusou as elites políticas africanas de não estarem interessadas em investir e nem em melhorar as universidades dos seus países e que estes até são a favor de que as mesmas não sejam reformadas.

“As pessoas com poder político e económico já não se importam com as suas universidades, mandam os seus filhos para estudar no estrangeiro onde o ensino é de melhor qualidade”, disse o sociólogo descrevendo uma realidade que não é novidade para os moçambicanos.

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Boaventura Sousa Santos criticou ainda a crescente tendência de se copiar os modelos europeus e da criação e investimento em cursos que apenas atentem às necessidades actuais, o que, no seu entender, pode fazer desaparecer outros conhecimentos científicos alternativos.

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