Esta semana, o consórcio constituído pelos grupos Oil and Natural Gas Corp (ONGC) e OIL anunciou ter chegado a acordo para adquirir a participação de 10 por cento do grupo Videocon Industries no bloco Área 1 da bacia do Rovuma, em Moçambique, pela soma de 2,48 mil milhões de dólares, na proporção de 60 por cento para a ONGC Videsh, a empresa do grupo ONGC para os negócios internacionais e 40 por cento para o OIL.
“Vamos contrair um empréstimo no exterior entre 80 por cento e 90 por cento da nossa parcela de mil milhões de dólares para que o negócio possa ser finalizado”, disse à agência “Press Trust of Índia” o director financeiro do grupo, Ananth Kumar.
Segundo a agência “macauhub”, a dívida, que permitirá isolar o grupo da volatilidade da taxa de câmbio rupia-dólar, será uma mistura de empréstimos comerciais e uma emissão de obrigações denominada em dólares.
N K Bharali, director de desenvolvimento de negócios do grupo, disse que o bloco Área 1 contém reservas de gás natural estimadas em 35 biliões a 65 biliões de pés cúbicos que irá ser liquefeito a fim de poder ser exportado para países como a Índia.
Bharali disse ainda que, além do preço de aquisição, as despesas em capital fixo deverão atingir 31,25 mil milhões de dólares se os parceiros no bloco decidirem construir duas unidades de processamento de gás natural, sendo a parcela do grupo OIL de 4 por cento.
Este negócio depende ainda da aprovação das autoridades da Índia e de Moçambique bem como do pagamento por parte do grupo Videocon Industries de impostos em sede de mais-valias a uma taxa que poderá oscilar entre 12 por cento e 32 por cento, de acordo com o ocorrido em negócios semelhantes tendo por base recursos naturais em Moçambique.
O bloco Área 1 é operado pelo grupo norte-americano Anadarko Petroleum, com 36,5 por cento, 10 por cento dos quais estão à venda, sendo os restantes parceiros o grupo japonês Mitsui and Co. (20 por cento), o grupo indiano Videocon Industries e a empresa também indiana Bharat Petroleum, com 10 por cento cada, o grupo estatal PTT da Tailândia com 8,5 por cento e a estatal moçambicana Empresa Nacional de Hidrocarbonetos com 15 por cento.
RM