A ExxonMobil, multinacional petrolífera que opera na área 4 da bacia do Rovuma, reafirma que a segurança é um elemento fundamental para a implementação dos seus projectos de gás natural na província de Cabo Delgado, Moçambique.
A declaração foi proferida pelo director-geral da ExxonMobil Moçambique, Arne Gibbs, durante a abertura da 10.ª Cimeira e Exposição de Gás e Energia de Moçambique, que está a decorrer na capital. Gibbs destacou que a estabilidade assegurada pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS) tem sido significativa, enfatizando que a resolução do conflito é essencial para garantir um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável.
O director-geral salientou que a decisão final de investimento (FID) dependerá da remoção da cláusula de força-maior, a qual resultou na suspensão das operações da TotalEnergies na Área 1. Após a resolução desta situação e uma notória melhoria na segurança, a produção poderá iniciar-se entre 2029 e 2030.
Em relação ao progresso dos projectos, Gibbs informou que a ExxonMobil encontra-se na fase de conclusão de estudos técnicos e actividades preparatórias, com a possibilidade de avançar para a decisão final de investimento. “Estamos a trabalhar com o Plano de Desenvolvimento e com parceiros, sempre considerando que a força-maior será levantada. Caso isso não ocorra, a linha do tempo poderá ser afectada”, elucidou.
O início da produção de gás natural liquefeito (GNL) está projectado para 2029/2030, com um investimento superior a 300 milhões de dólares apenas na fase inicial. Este montante inclui a expansão de infraestruturas em Afungi, a criação de mais de 400 empregos directos para moçambicanos e a dinamização da economia nacional.
Gibbs também frisou que os benefícios económicos começarão a ser percebidos imediatamente após a decisão de investimento, abrangendo rendimentos, impostos, empregos e oportunidades para a população moçambicana.
Inspirando-se na experiência de sucesso da Papua Nova Guiné, a ExxonMobil pretende implementar em Moçambique um modelo de envolvimento comunitário e incentivo ao conteúdo local. “Desejamos a participação de empresas moçambicanas. O Moza Banco já está a disponibilizar informações sobre concursos e certificações e convidamos todos a participar nos nossos fóruns de fornecedores”, afirmou Gibbs, alertando que regras excessivamente restritivas podem prejudicar o desenvolvimento local.
O projeto inclui a construção de gasodutos submarinos a mais de 1.500 metros de profundidade, o transporte de gás para Afungi e a liquefação numa planta com capacidade para processar 18 milhões de toneladas anualmente.
Gibbs encerrou a sua intervenção transmitindo uma mensagem de otimismo, ao afirmar: “Acreditamos que o futuro de Moçambique no setor energético é promissor. Com estabilidade e cooperação, este será um marco transformador não apenas para o país, mas para toda a região”.