O Primeiro Ministro, Alberto Vaquina, disse sábado, na vila-sede distrital de Homoíne, província de Inhambane, que o Governo fará tudo para realização das eleições autárquicas deste ano na data agendada.
Falando numa breve saudação a população local, Vaquina justificou este seu posicionamento afirmando que só com as eleições é que se garante uma eleição democrática dos dirigentes deste país.
“O Governo tudo fará para que este ano hajam eleições autárquicas por serem uma forma democrática de eleger os governantes deste país”, vincou o Primeiro-ministro.
O coordenador do Executivo moçambicano lembrou, na ocasião, ter sido durante uma das fases de preparação deste pleito, marcado para 20 de Novembro próximo, que a Renamo, o maior partido da oposição em Moçambique, começou com ameaças de inviabilizar o exercício deste direito constitucional.
Com efeito, vezes sem conta, a Renamo apareceu publicamente a afirmar que vai inviabilizar as eleições autárquicas e gerais se não forem acomodadas as suas pretensões, que incluem a alteração do pacote eleitoral aprovado pelo Parlamento, onde este partido também está representado.
“Agora que caminhamos para a concretização das eleições eles começaram com ataques, matando e ferindo pessoas”, indicou para depois lamentar o sucedido e reiterar que o Governo vai continuar a privilegiar o diálogo para que o povo moçambicano viva em harmonia.
Segundo o PM, dialogar não é mostrar força que cada interveniente tem, mas sim saber ouvir e ser ouvido.
Por outro lado, respondendo ao pedido da população para a produção de resultados imediatos do diálogo em curso entre o Governo e a Renamo, que tem sido beliscado por ataques com recurso a armas de fogo imputados ao maior partido da oposição, Vaquina explicou “o que se passa é que enquanto estamos a conversar, eles aparecem a nos atacar”.
“É preciso que mantenhamos a paz para que as nossas conquistas não sejam destruídas e não comprometamos o futuro das nossas crianças”, disse o PM, recordando ainda que Homoíne é uma das regiões que mais sentiu os afeitos da guerra civil terminada em 1992, com a assinatura do Acordo Geral da Paz (AGP), entre o Governo e a Renamo.
“Aqui em Homoíne houve muitos massacres durante a guerra civil. Não devemos permitir que isso volte a acontecer. Se aparecerem pessoas com comportamento igual ao dos que andam a matar em Sofala devem ser denunciadas e convencidas a abandonar a guerra porque ela não é solução para o desenvolvimento”.
Mário Macaringue, um dos dois populares que foi ao pódio manifestar a sua angústia devido ao espectro de guerra, frisou que “estamos cansados da violência e queremos que o diálogo em curso tenha resultados imediatos”.
Macaringue, um cidadão de idade avançada que, por sinal viveu os malefícios da última guerra, foi efusivamente aplaudido pelas dezenas de pessoas que interagiram com Alberto Vaquina.
Jornal Notícias