Politica Empreiteiros nacionais clamam por uma protecção do Governo

Empreiteiros nacionais clamam por uma protecção do Governo

A Federação Moçambicana de Empreiteiros deplora a falta de protecção dos empreiteiros nacionais por parte das entidades governamentais perante a forte e desigual concorrência resultante da intensa procura do mercado nacional por parte de empresas estrangeiras. A posição foi assumida na última quarta-feira, em Chókwè, pelo presidente daquela agremiação, Agostinho Vuma, no decurso do Conselho Coordenador do Ministério da Obras Públicas.

Segundo Vuma, esta situação é agravada ainda pelo facto de se notar uma gritante falta de oportunidades de desenvolvimento económico e técnico dos empreiteiros nacionais, numa altura em que no país actuam e se vai solidificando a presença de empresas estrangeiras em número cada vez mais significativo.

No entender da FME, não devem existir entraves nem legais nem de qualquer outra espécie para o Governo, por forma a se promover o crescimento da capacidade técnica e económico-financeira das empresas nacionais, criando cada vez mais oportunidades de negócio, através da aprovação de regulamentos que estabeleçam condições justas e equilibradas das partes de contratos de empreitadas de obras públicas, formando parcerias com o sector privado no controlo da actuação dos operadores do sector.

“Trata-se das necessidades inadiáveis e o nosso papel tem sido o de promover o mais rápido e pleno atendimento das mesmas. Assim sendo os empreiteiros nacionais, não podem ficar a assistir as empresas estrangeiras a implantarem infra-estruturas económicas e sociais públicas, de forma impávida e serena, porque se os empreiteiros estrangeiros têm melhor preparação técnica, os nacionais não podem continuar a não ter oportunidades para aprender a fazer melhor, pois, quem sabe mais e vem executar obras no país deve ensinar os que não sabem”, defendeu Vuma.

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Para o presidente da Federação Moçambicana de Empreiteiros, a concorrência das empresas estrangeiras não pode matar as nacionais, bem pelo contrário, a sua obrigação como acontece noutros quadrantes do mundo, devia isso sim, colaborar no sentido de torná-las mais fortes e competitivas.

Ainda de acordo com a fonte, o investimento nacional ou estrangeiro, deve contribuir para que todos os intervenientes possam tirar vantagens dos projectos que se executam no nosso território nacional.

“As nossas empresas de construção querem aprender novas tecnologias; querem desenvolver sistemas modernos de higiene e segurança no trabalho, melhorar a gestão dos equipamentos e recursos humanos. Se parte dos trabalhos adjudicados às empresas estrangeiras for subcontratada a nacionais, estas vão aprender e crescer. Desta forma dá-se trabalho às empresas nacionais e se promove o seu crescimento, uma forma aliás, de se equilibrar o mercado, porque passa a haver cada vez menos excluídos”, sugeriu Vuma.

Segundo ele, os empreiteiros nacionais querem normas que possam promover justiça contratual e deixarem de existir os sistemáticos atrasos no pagamento de facturas, bem como a necessidade de se passar para a criação de um sistema legal de revisão de preços dos materiais de construção.

Jornal Notícias