Trata-se de culturas como o arroz, a soja, banana, aves, cana-de-açúcar, mandioca, algodão, frutas vegetais, milho, castanha, pecuária e florestas.
Segundo o Director do Centro de Promoção da Agricultura (CEPAGRI), Abdul César, que falava no contexto do Fórum de apoio Institucional ao Agro-Negócio, Agro-Indústria e Turismo Rural, realizado na passada sexta-feira na capital do país, pela Win Resources, uma empresa de consultoria portuguesa, a título de exemplo, o consumo de arroz dobrou na última década, mas sem reduzir o nível de importações.
Neste sentido, segundo a fonte, o aumento da população e a renda vai impulsionar o crescimento da demanda futura numa situação em que existe grande lacuna entre a produção interna e a demanda doméstica que está projectada para aumentar em 7 por cento por ano a médio prazo.
Moçambique é, neste momento, o terceiro maior consumidor de arroz na SADC, e importa em torno de 60 por cento do que é consumido.
Apesar do potencial de crescimento significativo para o arroz (muito bem adaptado ao clima e solo para a produção de arroz no ano inteiro), a produção nacional só tem crescido na mesma taxa que as importações.
Segundo apontou, investimento significativo está em curso, o que pode melhorar a infra-estrutura actual e aumentar a produção de arroz e há ainda oportunidades de negócios em várias partes da cadeia de valor, bem como para um produtor integrado.
Dissertando no tema sobre agro-negócios em Moçambique, Abdul César indicou que a demanda por soja é crescente devido ao desenvolvimento dos sectores de óleo e avicultura.
o caso da avicultura, espera-se uma expansão de 13 por cento por ano para a próxima década. César indicou que o Governo está a incentivar o crescimento da indústria de soja doméstica para substituir importações, que é um componente crítico e caro na ração para aves.
“A importação de soja a preços altos está elevando os preços de frango nacional, tornando-se difícil a concorrência com frango importado. A produção local de soja poderá reduzir os custos, melhorar a competitividade da indústria avícola.”, disse Abdul César.
Tendo em vista o crescimento da demanda nos próximos anos, o Governo aprovou o Plano Estratégico do Sector Agrário com horizonte temporal de 10 anos que dá enfoque na implementação em seis corredores de crescimento, nomeadamente o de Maputo, Limpopo Pemba-Lichinga, Nacala, Zambeze e Beira.
O objectivo é atrair para estes locais investimento que possa dinamizar o crescimento da produção agrícola tendo como enfoque aquelas doze culturas.
No caso de Nacala, Zambeze e Beira, situados no centro e norte de Moçambique, possuem 80 por cento da água e tem acesso facilitado de infra-estruturas orientadas para exportação.
O fórum organizado pela Win Resources tinha como objectivo primordial discutir as questões relacionadas com a cadeia de valor, mecanismos de apoio ao investimento e internacionalização das empresas, bens e serviços produzidos no mundo rural de todo o país.
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