Sociedade Saúde Ciência aplicada no combate a malária

Ciência aplicada no combate a malária

A prevenção, incluindo fumigação nas casas e redes mosquiteiras impregnadas com insecticida, e tratamento efectivo combinado de artemisinina (ACT) conseguiu reduzir a mortalidade por malária em 25 por cento a nível global desde 2000.

Cientistas de todo o mundo estão envolvidos na pesquisa para melhorar o diagnóstico, prevenção e tratamento da malária; a agência noticiosa “IRIN” reuniu sete dos mais recentes progressos com potencial para erradicar esta doença.

Em 2012, pesquisadores na Universidade A and M, do Taxas, nos Estados Unidos da América, anunciaram ter modificado geneticamente o leite de cabra para produzir uma vacina contra a malária. Os cientistas esperam produzir uma versão potável da vacina dentro de pelo menos 10 anos.

Fermento de padaria – A terapia combinada de artemisinina – cujo ingrediente principal é de vermes de planta, e que é largamente cultivado na China – é largamente reconhecido como o mais efectivo tratamento contra a malária. Mas intempéries imprevisíveis afectam esta cultura, causando flutuações nos preços e instáveis fornecimentos da droga. Cientistas na Universidade de Califórnia, Berkeley, anunciaram recentemente ter descoberto engenharia genética para modificar o tipo de fermento de padaria para produzir em massa uma versão semi-sintética daquela droga.

Os direitos de propriedade intelectual desta tecnologia – que foi financiada pela Fundação Bill e Melinda Gates – foram garantidos gratuitamente na esperança de que a pesquisa vai levar a um aumento de produção da artemisinina a baixo custo. Segundo o MIT Technology Review, a companhia francesa Sanofi já começou a fabricar esta droga e deverá produzir 70 milhões de doses em 2013.

Plantas repelentes de mosquitos – A ONG Concern descobriu que plantar Lantana Camara, uma planta com flores cor-de-rosa e amarelas – no distrito de Ngara, no nordeste da Tanzania, reduz significativamente o número de mosquitos portadores de malária nas residências. Em colaboração com o local Ifakara Health Institute (Instituto de Saúde de Ifakara), a Concern plantou Lantana Camara em cerca de 231 residências no distrito de Ngara, e depois contabilizou o efeito. Os resultados mostraram “uma redução em 56 por cento do tipo de mosquito Anófeles gambie e 83 por cento da Anófeles funestas, ambos causadores da malária e 50 por cento de qualquer tipo de mosquito”.

Ciência aplicada no combate a malária

Os residentes destas zonas falaram de uma redução de casos de malária. A Concern tem planos de ensaios clínicos para mais investigações sobre o impacto desta planta e o seu potencial como instrumento na luta contra a doença.

Esporos dispersas – Em 2011, cientistas na Universidade de Wagenington, na Holanda, desenvolveram um óleo sintético para dispersar esporos do fungo M. Anisopliae e B. Bassiana, que matam as larvas do mosquito antes de serem adultas. O óleo, fácil de misturar, quando espalhado sobre água em ambiente aberto, mostraram, no Quénia uma baixa de níveis de mosquitos em cerca de 20 por cento.

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Cheiros – Os mosquitos usam o néctar das flores como energia, e os cientistas na Universidade estadual de Ohio estão a criar cientificamente cheiros de flores para armadilhar os mosquitos. Funcionários da saúde podem então fumigar os bairros para apanhar os mosquitos na armadilha.

Na Universidade de Washington, os pesquisadores estão a investigar o cheiro particular da pessoa que atrai os mosquitos para a pessoa humana com o objectivo de desenvolver um repelente de mosquito que evite esse cheiro.

Sistema da NASA Observatório da Terra – Na Etiópia, onde os factores do meio ambiente, tais como a temperatura, altitude e clima são importantes para casos de prevalência da malária, sistemas de aviso prévio podem ajudar a determinar onde e quando a doença pode ser mais prevalente, e deste modo onde os programas devem ser dirigidos. Cientistas do Instituto Internacional de Investigações climáticas e da sociedade desenvolveram um sistema de aviso prévio contra a malária para prever áreas na região de Shewa, no Leste da Etiópia, que é mais propensa a malária.

“A pesquisa mediu como a temperatura da superfície da terra medida pelo MODIS (Resolução Moderada de Imagens de Espectroradiómetro) podem ser usadas para calcular a máxima e a mínima temperatura e ligar isso à incidência da malária na Etiópia.,” disseram os autores do estudo. “O projecto também investigou como é que os Landsat (satélites que monitoram os recursos da terra fotografando a superfície em diferentes comprimentos de onda) podem detectar fontes de água que criam viveiros de mosquitos.

Os cientistas pretendem desenvolver semelhantes sistemas para zonas da Etiópia e outros países do mundo onde factores climáticos e ambientais são importantes na transmissão da malária.

Drogas contra cancro e colesterol – um recente estudo do Instituto Biomed de Pesquisa de Seattle concluiu que as células do fígado “que são as primeiras a serem afectadas por uma picada de mosquito” operam de modo semelhante às células do cancro, e que as drogas contra o cancro podem ajudar o fígado a se tornar um ambiente hostil para a malária.

Em Dezembro de 2012, cientistas da Universidade de Utah anunciaram a lovastatin, uma droga que ajuda a baixar o colesterol, quando adicionada ao tratamento tradicional anti-malárico, baixa o inchaço do cérebro e protege contra o desfasamento cognitivo nos ratos com malária cerebral.

 

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