Ramaya tinha sido detido na tarde da última terça-feira e conduzido à Cadeia Civil.
Ontem, já em plena sala de sessões de julgamento, a juíza de instrução criminal do Tribunal Judicial da Cidade de Maputo, viu-se, a dado momento, na contingência de adiar o seu interrogatório devido ao alegado estado de saúde “grave” de Vicente Ramaya.
Ramaya, que nos últimos tempos não goza de boa saúde, queixava-se de fortes dores ao mesmo tempo que afagava o abdómen num exercício de acalmar o sofrimento que na altura provavelmente lhe acometia.
Abdul Gani, advogado de Ramaya, disse ao nosso Jornal que na manhã de ontem viu-se obrigado a solicitar a presença de um médico nas celas do Tribunal da Cidade por forma a assistí-lo, uma vez que fazia 24 horas que não medicava e o seu estado de saúde começava a agravar-se. A autorização da juíza para o efeito só foi possível na parte de tarde e mesmo assim não foi a tempo de recuperar a ponto de ser interrogado.
Gani manifestou-se ainda profundamente preocupado pelo facto de ainda não saber o que terá levado o seu cliente a ser chamado novamente à Justiça.
“Continuamos sem saber, efectivamente, o que consta do referido processo aberto contra ele, porque ainda não nos foi dado a conhecer o que consta na matéria que levou a sua elaboração. Em nenhum momento o meu cliente foi constituído em arguido ou ouvido sobre este processo, o que constitui uma violação da lei. Apenas recebeu mandado de prisão”, disse Gani, acrescentando que “a única certeza que existe é que não se trata de nenhuma violação às condições impostas pela liberdade condicional, porque consultei o tribunal e este informou-me que estava tudo bem quanto a essa matéria”.
O advogado acha estranho porque, no seu entender, o processo que leva o seu cliente novamente à cadeia foi aberto este ano e durante os poucos dias que o seu cliente estava em liberdade condicional.