Sociedade Saúde Gaza – Malária faz 14 mortos nos primeiros dois meses

Gaza – Malária faz 14 mortos nos primeiros dois meses

Na origem desta situação estão as cheias e inundações que fustigaram recentemente a província de Gaza, contribuindo, de certo modo para o agravamento das condições de saneamento do meio, proliferação de águas estagnadas e consequente criação do habitat de mosquito, principal vector e causador da malária.

Dados recolhidos junto do Subsistema de Vigilância Epidemiológica, na Direcção Provincial de Saúde de Gaza, indicam que as cidades de Xai-Xai e Chókwè, bem como os distritos de Guijá, Chibuto e Mandlakaze, são os que mais se ressentiram desta enfermidade, principalmente em crianças de zero aos 4anos de idade.

As degradadas condições de saneamento e a proliferação de águas estagnadas, particularmente nalguns centros de acolhimento das vítimas das cheias, com destaque para o de Chihaquelane, no distrito do Chókwè, permitiram o aumento de casos de malária durante o período em referência.

Sabe-se ainda que a taxa de prevalência da doença situou-se no período em referência, na ordem dos quatro por cento, do total dos casos notificados pelas autoridades sanitárias da província de Gaza.

Com o intuito de se fazer face à situação prevalecente, a Direcção Provincial de Saúde de Gaza, em parceria com diversas organizações não-governamentais e uma vasta falange de solidariedade interna e internacional para com as vítimas das cheias, em Gaza, colocou à disposição das populações afectadas, mais de 70 mil redes mosquiteiras, numa acção inserida na prevenção desta enfermidade.

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Surto de Diarreias em Gaza

Uma outra preocupação decorrente da degradação das condições de saneamento do meio, particularmente nas zonas atingidas pelas cheias, houve uma subida vertiginosa de casos de doenças de origem hídrica, com especial referência para as diarreias em crianças.

Para além das intervenções do governo para fazer face a estes condicionalismos impostos por esta situação calamitosa, as autoridades têm estado a receber, ultimamente, um grande contributo por parte de organizações não-governamentais, dentre elas a Visão Mundial.

Para o efeito foram treinados recentemente 80 activistas para um programa específico de saneamento do meio e abastecimento de água nos novos assentamentos populacionais criados na sequência das cheias.

Com esta iniciativa, as populações estão a ser dotadas, nos bairros de reassentamento, de noções sobre o tratamento da água com purificadores, saneamento, higiene individual e colectiva, de forma a se garantir que naqueles locais as pessoas possam viver num ambiente são e sem ameaças da ocorrência de doenças de origem hídrica

Através de contactos ao domicílio, os referidos agentes deverão, durante um período inicial de um ano, trabalhar nesses locais de forma a se observarem as regras de saneamento, tratamento e conservação de água em condições seguras.