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Protestos em Manila levam à detenção de 216 pessoas e ferimentos em 95 policiais

Um levantamento oficial revelou que pelo menos 216 indivíduos foram detidos e 95 agentes da polícia sofreram ferimentos durante confrontos que ocorreram em Manila, capital das Filipinas. 

O secretário do Departamento do Interior, Jonvic Remulla, anunciou em conferência de imprensa que entre os detidos se encontram 127 adultos e 89 menores.

Os distúrbios tiveram início durante uma manifestação no histórico parque Luneta, que atraiu cerca de 49.000 participantes, conforme dados oficiais. Os confrontos desencadearam-se quando os manifestantes tentaram avançar em direcção ao palácio presidencial de Malacañang.

Testemunhas relataram que os manifestantes lançaram cocktails molotov contra um veículo que bloqueava o acesso numa ponte, levando as forças de segurança a recorrer ao uso de canhões de água para dispersar a multidão, que atirava pedras e outros objectos. Remulla defendeu a acção policial, afirmando que “somente quando a multidão lançou cocktails molotov é que a polícia respondeu, ultrapassando os limites e colocando vidas em risco”.

Os confrontos, que começaram durante a tarde, transformaram-se em distúrbios persistentes até bem tarde da noite na avenida Recto, onde um hotel foi vandalizado. Renato Reyes, presidente da organização de esquerda Bayan, declarou que os responsáveis pela violência não estavam associados ao grupo que organizou o protesto, embora tenha reconhecido a “raiva” presente entre os manifestantes. Reyes também se feriu com uma pedra durante os incidentes.

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Remulla acusou os detidos, muitos dos quais eram menores, de tentarem incitar uma onda de protestos violentos semelhantes aos ocorridos recentemente na Indonésia e no Nepal.

As manifestações foram motivadas pelo descontentamento com casos de corrupção relacionados com projectos de controlo de inundações, envolvendo políticos e empreiteiros que estão sob investigação. De acordo com Ralph Recto, secretário das Finanças, vários projectos “fantasma”, que deveriam estar concluídos, causaram prejuízos ao erário público na ordem de 1,771 mil milhões de euros nos últimos dois anos.

As Filipinas enfrentam anualmente cerca de vinte tufões, tendo o ano passado sido marcado por uma onda incomum de seis tempestades tropicais consecutivas em menos de um mês, resultando na morte de pelo menos 164 pessoas.

As exigências anticorrupção já resultaram na demissão do presidente da Câmara dos Representantes, Martin Romualdez, e no afastamento do presidente do Senado, Francis Escudero, na sequência das revelações sobre as suas ligações com um dos grandes empreiteiros sob investigação.