O movimento Hamas apresentou uma proposta ao Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que consiste na declaração de um cessar-fogo de 60 dias na Faixa de Gaza, em troca da libertação de metade dos reféns que mantém na região.
A informação foi confirmada pelo Hamas e divulgada pela cadeia televisiva norte-americana Fox News.
De acordo com fontes do Hamas, a proposta formal será entregue a Trump esta semana, após ter sido previamente encaminhada ao Egito e ao Qatar, que actuam como mediadores no conflito. A proposta inclui um pedido de “garantia pessoal” por parte de Trump para assegurar a implementação do cessar-fogo, enquanto o Hamas se compromete a libertar metade dos 48 reféns retidos.
Desde o início do conflito, que se intensificou após o ataque do Hamas a 7 de Outubro de 2023, houve várias tentativas de estabelecer acordos de cessar-fogo que permitissem a continuidade das negociações em torno da libertação de prisioneiros de ambos os lados. Contudo, a maioria destes acordos foi violada por Israel. O último acordo, aceito pelo Hamas a 18 de Agosto, previa a libertação de 10 reféns israelitas em troca de um aumento significativo na ajuda humanitária a Gaza, proposta ignorada por Telavive.
Neste contexto, o exército israelita confirmou que as suas forças armadas iniciaram a entrada na Cidade de Gaza, com a intenção de deslocar a população local, que já conta com cerca de um milhão de habitantes. Desde que os ataques israelitas se intensificaram em meados de Agosto, cerca de 550 mil pessoas já fugiram da região.
O braço armado do Hamas, conhecido como Brigadas Izz al-Din al-Qassam, divulgou um vídeo do refém germano-israelita Alon Ohel, de 24 anos, capturado durante o ataque de Outubro. Nas imagens, Ohel faz um apelo ao Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para garantir a libertação dos reféns ainda detidos, pedindo também à sua família que mantenha os protestos contra o governo.
De acordo com dados oficiais, desde o ataque em Outubro, 251 pessoas foram raptadas, das quais 47 permanecem em Gaza, incluindo 25 dadas como mortas pelas autoridades israelitas.