Internacional China considera medidas de retaliação contra operadoras de casinos norte-americanas em Macau

China considera medidas de retaliação contra operadoras de casinos norte-americanas em Macau

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A possibilidade de a China obrigar as operadoras de casinos dos Estados Unidos a venderem as suas operações em Macau surge como uma potencial retaliação, caso o governo norte-americano avance com medidas que visam a venda do TikTok e a exploração de portos no Canal do Panamá. 

A análise foi feita por Ben Lee, fundador da consultora de jogos IGamix, em declarações à Lusa.

O especialista alertou que, com o aumento das tensões entre as duas potências devido a questões comerciais e de segurança, a situação pode tornar-se crítica. “Se a China adoptar a mesma estratégia de retaliação que tem empregado, a possibilidade de as companhias de jogo dos Estados Unidos serem forçadas a vender as suas operações em Macau a empresários chineses sobe alguns níveis”, afirmou Lee.

Em um contexto de crescente hostilidade, Lee referiu que, após as ameaças dos EUA sobre a retirada das acções chinesas das bolsas norte-americanas, “está tudo em cima da mesa”. A afirmação ecoa o comentário do secretário do Tesouro dos EUA, que não descartou a possibilidade de um apelo à exclusão de empresas chinesas do mercado financeiro dos Estados Unidos.

Macau, considerada a capital mundial do jogo, é o único local na China onde o jogo em casino é legal. No território operam seis concessionárias, das quais três são de capitais norte-americanos: Las Vegas Sands, MGM Resorts e Wynn Resorts, todas com contractos que entraram em vigor em 2023.

Nicholas Chen, director-executivo da CreditSights, também se pronunciou sobre a situação. Ele recordou que as novas concessões podem ser rescindidas “por ameaça à segurança nacional ou da RAEM [Região Administrativa Especial de Macau]”, embora não tenha sido explicitado o que constitui tal ameaça. “Não vimos qualquer indicação, até à data, de que os governos de Macau ou da China estejam a visar os operadores de jogo de Macau sediados nos EUA por questões de segurança nacional”, afirmou Chen.

Adicionalmente, em fevereiro, Macau foi classificada como “adversário estrangeiro” pelos Estados Unidos, o que impôs restrições ao investimento por parte de empresas locais, aumentando as preocupações sobre o futuro das operações de jogos na região.

Por outro lado, Vitaly Umansky, analista da Seaport Research Partners, mostrou-se cético quanto a um impacto imediato para Macau. “Há alvos muito maiores para caçar na China, se a China realmente quisesse marcar uma posição”, concluiu o especialista.