Um comité de médicos neonatologistas revelou, na terça-feira, um relatório que pode ter implicações significativas no controverso caso da enfermeira Lucy Letby.
A análise, que contesta as condenações de Letby, afirma que a profissional não é responsável pela morte de sete recém-nascidos e pela tentativa de homicídio de outros oito, ocorridos entre junho de 2015 e 2016.
Lucy Letby, condenada em Agosto de 2023 a 15 penas de prisão perpétua, ficou conhecida como uma possível “enfermeira serial killer”. No entanto, o novo relatório destaca “significativas novas evidências médicas” que sugerem que os falecimentos dos bebés podem ser atribuídos a “maus cuidados médicos” e não a acções intencionais da enfermeira.
O professor doutor Shoo Lee, responsável pela convocação do comité, salientou: “Não encontramos nenhum indício de assassinato. Em todos os casos analisados, as mortes ou os ferimentos foram considerados decorrentes de causas naturais, ou apenas de cuidados médicos inadequados.” O doutor Lee, que é canadense, criticou ainda a análise feita pela promotoria, que, segundo ele, se apoiou em uma interpretação errada de um estudo sobre embolias gasosas, utilizado como base para a condenação de Letby.
Com o surgimento dessas novas evidências, os advogados de Lucy Letby já manifestaram a intenção de solicitar que a Comissão de Revisão de Casos Criminais (CCRC) reavaliasse o caso, considerando-o um potencial erro do sistema judicial, após terem esgotado os recursos no Tribunal de Apelação.

















