Pelo menos 33 pessoas perderam a vida na noite passada em consequência de ataques aéreos israelitas na Faixa de Gaza, segundo relataram fontes locais e autoridades hospitalares do enclave palestiniano.
Este trágico episódio ocorreu num momento crítico, à porta de um potencial acordo de cessar-fogo entre o governo israelita e o grupo Hamas.
De acordo com informações da agência de notícias espanhola EFE, um dos ataques mais devastadores ocorreu em Farabi, no norte da cidade de Gaza, onde sete membros de uma mesma família foram mortos quando a aviação israelita atingiu um edifício que abrigava uma escola primária.
No centro de Gaza, um segundo ataque aéreo resultou na morte de 11 pessoas de uma família que se encontrava refugiada numa casa em Deir al-Balah. Além disso, sete palestinianos foram vítimas de um bombardeio que atingiu uma residência no campo de refugiados de Nuseirat, também localizado na região central.
Essas perdas humanas ocorrem numa fase de negociações delicadas, com o Hamas a afirmar que as principais questões para um cessar-fogo e a libertação de reféns em Gaza estão praticamente resolvidas.
Contudo, o grupo palestiniano destaca que Israel ainda não forneceu mapas detalhados nem uma data concreta para a retirada das suas tropas.
“Os israelitas e os norte-americanos pretendem que aceitemos a ideia geral de retirada das zonas povoadas
, mas nós exigimos mapas específicos e prazos claros para essa retirada”, declarou uma fonte do Hamas a EFE, a partir de Doha, no Qatar. A mesma fonte enfatizou a necessidade de garantias de que, após a terceira fase do acordo, o Exército israelita se retirará completamente da Faixa de Gaza.
As discussões em curso também envolvem a possibilidade de limitar a presença militar israelita a uma faixa de 500 metros em pontos específicos ao longo da linha de divisão, enquanto Israel insiste na manutenção de uma “zona tampão” – uma área de mais de 1,2 quilómetros de largura em Gaza, onde todos os edifícios foram demolidos durante o conflito.