O presidente russo, Vladimir Putin, manifestou preocupação com a inflação crescente na Rússia, descrevendo-a como um “sinal preocupante” durante sua conferência de imprensa anual.
A inflação no país acelerou para 8,9% em Novembro, bem acima do objectivo oficial de 4% estabelecido pelas autoridades.
Putin reconheceu que o aumento dos preços é um problema significativo, mas expressou optimismo de que a situação pode ser gerida se os indicadores macroeconómicos permanecerem estáveis.
A inflação, impulsionada pelas despesas militares na guerra contra a Ucrânia, sanções ocidentais e aumento dos salários devido à escassez de mão-de-obra, deverá se aproximar de 9% até o final do ano.
O presidente russo tentou tranquilizar a população, destacando que, apesar das ameaças externas e das sanções, a economia do país permanece estável.
No entanto, a economia russa tem demonstrado sinais de enfraquecimento, com inflação corroendo o poder de compra e taxas de juro altas que desafiam as empresas.
A moeda russa, o rublo, está em seu nível mais baixo em relação ao dólar e ao euro desde Março de 2022. Putin projectou um crescimento do PIB de “3,9%, talvez 4%” para o ano, embora o Banco Central da Rússia (BCR) preveja um abrandamento significativo em 2025, com crescimento estimado entre 0,5% e 1,5%.
A reunião iminente do BCR pode resultar num aumento na taxa directora, actualmente em 21%, o que tem gerado críticas de empresários que veem essa medida como prejudicial aos investimentos e à economia nacional. German Gref, director-executivo do Sberbank, alertou para sinais de abrandamento económico e o perigo de estagflação, onde inflação alta e crescimento fraco coexistem.
Gref destacou a dificuldade que mutuários e bancos poderão enfrentar se a diferença entre a inflação real e as taxas de juro de mercado persistir, advertindo que a situação é insustentável a longo prazo.

















