Membros da Comissão de Segurança de Produtos de Consumo dos Estados Unidos propuseram a realização de uma investigação às populares plataformas de comércio electrónico chinesas Temu e Shein, com o objectivo de avaliar se estas cumprem as normas de segurança estabelecidas, especialmente no que diz respeito a produtos destinados a crianças.
A proposta foi formalizada numa carta enviada à agência na terça-feira, cujo teor foi divulgado na quarta-feira. Os comissários Peter Feldman e Douglas Dziak instaram a comissão a investigar como estas “empresas estrangeiras que dependem de fornecedores fora do país estão a cumprir as suas obrigações ao abrigo da Lei de Segurança dos Produtos de Consumo”.
Na carta, Feldman e Dziak expressam preocupações específicas em relação à Shein e à Temu, destacando que “recentes reportagens dos meios de comunicação social” apontam para a facilidade de acesso a produtos perigosos para crianças nestes sites.
Além disso, os comissários mencionam que há relatos sobre a adesão de “milhares de fábricas e fornecedores chineses” à cadeia de abastecimento da Shein e da Temu. Estas plataformas têm registado um aumento significativo de popularidade nos Estados Unidos, graças às suas ofertas de produtos baratos, desde t-shirts e bolsas a artigos electrónicos e utensílios de cozinha, todos fabricados na China.
Feldman e Dziak afirmaram o desejo de “compreender melhor estas empresas”, com particular interesse nos envios de baixo valor directamente ao consumidor. Esta prática é beneficiada por uma regra que isenta de tarifas as remessas com valor igual ou inferior a 800 dólares.
Na carta, os comissários sublinham que, à medida que a comissão define as suas prioridades para o próximo ano, é essencial investigar as verificações de segurança e conformidade das empresas, bem como as suas relações com fornecedores e consumidores externos, e qualquer declaração feita aquando da importação dos produtos.
Os comissários também alertaram para a proliferação de vendedores externos, tanto nacionais como estrangeiros, nas plataformas online, o que aumenta a necessidade de uma fiscalização mais rigorosa.
No ano passado, um comité do Congresso dos EUA já tinha criticado a Shein e a Temu num relatório, sugerindo que estas empresas, de propriedade chinesa, poderiam estar potencialmente envolvidas em práticas como trabalho forçado, exploração de lacunas comerciais, risco para a segurança dos produtos ou até roubo de propriedade intelectual.