A província de Nampula notificou mais de 1.300 casos de conjuntivite hemorrágica entre 10 e 24 de fevereiro, conforme anunciado em Maputo, pelo diretor nacional de Saúde Pública, Quinhas Fernandes.
Os distritos de Nacala Porto, Angoche e a Cidade de Nampula foram os mais afetados pelo surto.
Segundo a fonte, durante uma conferência sobre a situação epidemiológica em Moçambique, foram registados 1.326 casos no período mencionado, com 501 (37,8%) provenientes da Cidade de Nampula, 485 (36,6%) do distrito de Angoche e 340 (25,6%) do distrito de Nacala Porto.
Os grupos etários mais afetados foram os indivíduos com mais de 15 anos, representando 788 casos (59,4%), seguidos pelo grupo dos 5-14 anos, com 370 casos (27,9%). A maioria dos casos foi registada no sexo masculino, totalizando 685 casos (51,7%).
Felizmente, não houve óbitos ou internamentos, o que indica que a maioria dos casos evoluirá para a cura sem sequelas.
Nas últimas 24 horas, foram registados 81 novos casos em Nampula, sendo 53 (65,4%) na Cidade de Nampula, 8 (9,9%) em Angoche e 20 (24,7%) em Nacala Porto.
Fernandes explicou que a conjuntivite hemorrágica é altamente contagiosa e caracterizada por hemorragia subconjuntival, inchaço repentino das pálpebras, congestão, vermelhidão e dor no olho. Neste surto, foi isolado pelo menos um vírus da família dos Adenovírus (12/45 = 26,7%).
A doença é transmitida através do contato com pessoas contaminadas, objetos contaminados e água contaminada para lavagem dos olhos.
O tratamento é sintomático, visando aliviar os sintomas e o desconforto. As medidas de prevenção incluem lavagem frequente das mãos com água e sabão, evitar compartilhar objetos pessoais e evitar o contato com pessoas doentes, permanecendo em isolamento durante os sintomas.
Embora possam ocorrer casos esporádicos em outras províncias do país, o importante é evitar surtos. Também pode ocorrer um aumento de casos de conjuntivite bacteriana, especialmente em Cabo Delgado, mas as medidas de prevenção permanecem as mesmas.
