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Polícia reitera compromisso em esclarecer o duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe

A Polícia da República de Moçambique confirmou que prossegue a investigação sobre o duplo homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, assassinados em Outubro do ano passado. Os dois eram apoiantes do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Em declarações à Lusa, João Adriano, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal (Sernic), afirmou que “está a ser realizado um trabalho com o intuito de esclarecer o processo”. O crime, que ocorreu na noite de 18 para 19 de Outubro de 2024, no coração da cidade de Maputo, envolveu dezenas de disparos e ocorreu logo após as eleições gerais, desencadeando uma onda de contestação popular que se estendeu por mais de cinco meses.

O representante da polícia sublinhou que “a investigação não se encontra no mesmo estado” que há um ano, mas, devido à sensibilidade e complexidade do caso, não se mostrou em condições de divulgar informações adicionais. “É um processo extremamente sensível e complexo, mas está a ser feito um trabalho com vista ao esclarecimento do que aconteceu”, acrescentou.

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Na passada quarta-feira, Venâncio Mondlane criticou os “esquadrões da morte” como responsáveis pelo assassinato dos seus apoiantes, alertando que, com o regime actual, a obtenção de Justiça se torna uma tarefa difícil. “É por isso que temos que fazer pressão, é por isso que estou neste momento já a começar a lançar a ideia de um protesto nacional relativamente a estes crimes não esclarecidos”, afirmou o político.

Mondlane apelou a uma mobilização da sociedade, destacando a importância da pressão popular, dos jornalistas, académicos e da comunidade internacional sobre o Executivo e o sistema judiciário, na luta por Justiça.

Elvino Dias, conhecido como “advogado do povo” devido ao seu trabalho em causas sociais, foi morto na emboscada que também tirou a vida a Paulo Guambe, mandatário do partido Podemos. O ataque, perpetrado por homens armados que interceptaram o veículo que Dias conduzia no centro de Maputo, permanece sem explicações ou suspeitos identificados, sendo amplamente associado a motivações políticas.