Pelo menos 250 famílias reassentadas no âmbito do projecto de exploração de areias pesadas em Chibuto têm demonstrado a sua indignação em frente às instalações do Governo Distrital, exigindo as indemnizações prometidas.
O conflito remonta a 2016, quando as comunidades ao redor de Mudumeia, Mudada, Mabekwane e Mutsikwane foram afectadas pela instalação da empresa Dingsheng Minerals, de capitais chineses.
Os manifestantes acusam a empresa de não ter cumprido na totalidade as indemnizações acordadas relacionadas ao reassentamento na área de Nwahamuza. Um representante do grupo expressou a frustração da comunidade, afirmando: “A Dingsheng Minerals, quando a empresa chegou, levou as nossas terras onde cultivávamos, mas até hoje nada foi pago. Dormimos aqui, na rua. Viemos há horas e decidimos que não vamos sair até receber uma resposta adequada, pois já estamos cansados.”
Além das queixas sobre as indemnizações em falta, os residentes também relatam a exclusão das comunidades no processo de implementação do projecto, resultando na frustração devido a promessas não cumpridas. Um dos manifestantes destacou a precariedade das habitações que receberam em Nwahamuza, que se tornam inabitáveis em dias de chuva.
A administradora de Chibuto, Cacilda Banze, reconheceu a existência de um conflito entre a empresa exploradora e as comunidades, afirmando que o assunto está a ser discutido ao nível provincial. “Estamos a trabalhar para encontrar uma solução. Neste momento, temos mais de 250 famílias reassentadas, embora existam outras que ainda necessitam de ser consideradas, uma vez que a área de exploração é extensa e abriga muitos empreendimentos locais.”
Quando questionada sobre prazos para a resolução do conflito, a administradora indicou que ainda não existem datas definidas, mas expressou a esperança de que a situação seja resolvida brevemente, considerando que é do interesse tanto das comunidades afectadas como da própria empresa.