Vistas de avião, as obras de construção do complexo industrial de liquefação de gás natural em Cabo Delgado erguem-se como uma ilha no meio de um manto esverdeado de terras virgens do Norte de Moçambique, território onde grassa terrorismo associado a grupos jiadistas.
Quanto à segurança, porém, o recinto do maior investimento privado em África tem permanecido também quase como uma ilha, fora da mira dos grupos.
“Nós antes não víamos circular aviões grandes”, afirma Silvino Silvério, chefe do posto administrativo de Palma, sede do distrito homónimo da província de Cabo Delgado, ao saudar quem chega à nova aldeia de Quitunda. Além do novíssimo aeroporto, esta aldeia, desenhada a regra e esquadro, feita de raiz em dois anos, é a primeira obra acabada pelo megaprojeto de gás na península de Afungi. Nela já habitam 186 famílias (cerca de 1200 pessoas), transferidas de povoados dos terrenos de implantação do projeto. Novas fases de expansão estão previstas para acolher 556 famílias.