Os Estados-membros da OMS deram luz verde a uma avaliação à resposta da organização à pandemia. Documento fala de investigação “no terreno”. Decisão surge depois de Trump ter ameaçado sair.
A Assembleia Mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou esta terça-feira por unanimidade uma resolução que supõe uma avaliação à resposta da OMS à pandemia da Covid-19. A decisão surge no mesmo dia em que o Presidente norte-americano, Donald Trump, divulgou uma carta enviada à organização onde ameaça retirar os Estados Unidos da OMS e acabar com o seu financiamento, por considerar que a OMS tem “falta de independência” face à China.
Os 194 países-membros da OMS reunidos por teleconferência concordaram em que se lance uma avaliação “imparcial, independente e completa” ao papel da organização, como se tinha comprometido na segunda-feira o seu diretor-geral, Tedros Ghebreyesus.
“Para ser verdadeiramente completa, essa avaliação deve incluir a resposta de todos os atores, de boa fé. Iniciarei uma avaliação independente, o mais brevemente possível, para analisar a experiência que se ganhou, as lições aprendidas e para fazer recomendações para melhorar a preparação e a resposta nacional e global à pandemia”, afirmou Ghebreyesus na abertura da 73.ª Assembleia Mundial da Saúde.
No texto preliminar da resolução aprovada defende-se que se “inicie, no momento apropriado mais breve, e em consulta com os Estados-membros, um processo faseado de avaliação imparcial, independente e completa que inclua os mecanismos existentes para rever a experiência ganha e as lições aprendidas da resposta internacional de saúde coordenada pela OMS”.
Os parâmetros a avaliar incluem “as ações da OMS e os tempos de ação em relação à pandemia da Covid-19” e “a eficácia dos mecanismos ao dispor da OMS e o funcionamento dos Regulamentos Internacionais de Saúde”. Defende-se ainda que dessa avaliação saiam “recomendações para melhorar a preparação global para as pandemias e capacidade de resposta, tal como o fortalecimento do Programa de Emergências Sanitárias da OMS”.