Internacional Africa Presidente angolano inicia visita à China para negociar empréstimos

Presidente angolano inicia visita à China para negociar empréstimos

O Presidente angolano, João Lourenço, inicia hoje uma visita oficial de dois dias à China, onde esteve há cerca de mês e meio, para tentar obter empréstimos de Pequim avaliados em 11.700 milhões de dólares (9.830 milhões de euros).

O montante em causa, segundo noticiou a Lusa em maio último, citando fonte governamental, poderá ascender a 16.500 milhões de euros em linhas de financiamento internacionais para projecto no país, a maior parte junto de instituições bancárias chinesas.

Cerca de 40 dias depois de ter participado, em Pequim, na terceira cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), João Lourenço regressa assim ao país para tentar chegar a um acordo nas negociações que decorrem há vários meses.

O ponto alto do primeiro dia da visita, que termina com um jantar oficial oferecido pelo Presidente chinês, Xi Jinping, será o das conversações oficiais entre as duas delegações, lideradas pelos respectivos chefes de Estado, que culminarão com a assinatura de quatro instrumentos jurídicos.

Trata-se do Acordo para Evitar a Dupla Tributação, do Acordo de Cooperação Económica e Técnica entre os dois Países, do Acordo sobre a Linha de Crédito entre o Banco de Desenvolvimento da China e o Ministério das Finanças, bem como um Memorando de Entendimento sobre os Recursos Humanos.

Por outro lado, entre 2013 e final de 2017, dados do Governo angolano indicam que a dívida total de Angola à China – bilateral e aos bancos comerciais chineses – passou de 4.700 milhões de dólares (3.940 milhões de euros) para 21.500 milhões de dólares (18.000 milhões de euros), equivalente a mais de 60% de toda a dívida contraída externamente pelo país.

Ainda sem estes acordos de financiamento fechados, o Governo angolano estima fechar 2018 com um endividamento público de 77.300 milhões de dólares (65.100 milhões de euros), equivalente a 70,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para este ano, excluindo a dívida da petrolífera estatal Sonangol.

Em Pequim, João Lourenço começa o programa oficial, com a deposição de uma coroa de flores na Praça da Paz Celestial (Praça Tiananmen), no centro da capital da China, que contém um monumento de 38 metros erguido em memória dos heróis chineses.

O programa oficial prevê ainda para terça-feira um encontro de João Lourenço com o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, com representantes do Parlamento e audiências com entidades empresariais chinesas.

Para quarta-feira, segundo e último dia, o programa de João Lourenço reserva uma deslocação ao Centro Tecnológico da Huawei e visitas a empreendimentos diversos na cidade de Tianjin.

Naquela cidade, João Lourenço vai inteirar-se do funcionamento da Zona Marginal de Tecnologia Moderna de Tianjin, do Pavilhão de Planeamento Municipal e de uma zona com arquitectura de estilo italiano.

João Lourenço, que desde que tomou posse como chefe de Estado angolano, a 26 de Setembro de 2017, tem vindo a defender uma diplomacia ao serviço da economia, regressa quinta-feira a Angola.

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