A Renamo negou esta quinta-feira, a autoria do ataque ao comboio de carvão da Vale registado na última segunda-feira, 1 de Abril, na Linha de Sena, concretamente em Savane.
Em conferência de imprensa, António Muchanga, porta-voz do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, considerou o ataque como “pretexto mal ensaiado visando desacreditar a Renamo”.
Muchanga disse que o ataque é obra do Governo e classificou-o como “manobra dilatória”. “O povo sabe melhor o que a Frelimo tem feito para se perpetuar no poder, pelo que, condenamos estes actos e apelamos ao Governo a parar com estas manobras dilatórias” afirmou, exigindo por outro lado, uma explicação clara do papel do vice-ministro do Interior, José Mandra nesses actos.
O vice-ministro do Interior, José Mandra que se encontra em Sofala, acusou na última terça-feira a Renamo de ter sido o protagonista do ataque ao comboio da Vale que fazia trajecto no sentido Moatize (Tete)/Beira (Sofala).
“Do que se sabe, desde que (José Mandra) esteve em silêncio poucos foram os actos violentos e de perturbação da ordem pública o que nos obriga a pensar no seu papel” Ainda de acordo com Muchanga “este não é o momento de atacar o comboio porque estamos próximos de conseguir consensos”.
Muchanga, desafiou os porta-vozes do partido Frelimo e do Ministério da Defesa, respectivamente Damião José, Cristóvão Chume e o coronel Mazuze, a se deslocarem juntos com ele (Muchanga) e a Imprensa para Machanga, Chibabava, Búzi, Gorongosa, Marínguè e Chiringoma para juntamente com as populações das zonas em conflito apurar a veracidade dos factos sobre quem anda a aterrorizar a população. “Entendemos nós que é preciso trazer a verdade ao povo e parar se com as manipulações das mentes” disse.
A Renamo diz ser pelo diálogo sério e frutífero, e não por um diálogo de surdos e mudos “à semelhança do que o Governo andou a fazer até a 24a ronda das negociações”.
Para a Renamo, os constantes disparos de forma indiscriminadas nos distritos de Machanga, Búzi, Chibabava, Chiringoma, Gorongosa, Marínguè entre outros, são verdadeiros sinais de quem está arrependido com provável fim do conflito.
“Esses actos, praticados por aqueles que tentam a todo custo desacreditar a Renamo e o seu presidente, estão a semear luto e dor a milhares de famílias Moçambicanas” disse o porta-voz Muchanga acrescentando que “que duma ou doutra maneira, não conseguirão escravizar o povo Moçambicano pois os melhores filhos deste País tudo farão para que a verdade, a liberdade, a Democracia e o bem-estar social sejam uma realidade, nesta Pátria” concluiu.