O Conselho de Ministros, na sua 13a sessão de trabalho, decidiu prorrogar o recenseamento eleitoral por mais dez dias. O porta-voz do Conselho de Ministros, Alberto Nkutumula, evocou “eventos de natureza política, material, climatérica e logística” como razões para a prorrogação do processo.
Sabe-se entretanto que na Gorongosa, epicentro do espectro de guerra que o país vive hoje, o processo ainda não se iniciou, não havendo entendimento entre o Governo e a Renamo quanto à segurança durante o recenseamento. O facto de o líder da Renamo, Afonso Dlhakama, ainda não se ter recenseado, bem como a questão das chuvas que fustigaram o país, têm condicionando o decurso normal do processo.
Assim, o processo, que terminava oficialmente ontem, 29 de Abril, será estendido até ao próximo dia 9 de Maio, com todas as despesas daí decorrentes para o Estado. A decisão do Conselho de Ministros, segundo Nkutumula, vem em resposta a um pedido da Comissão Nacional de Eleições. “A CNE constatou que em algumas regiões do país o número de eleitores se encontra aquém daquilo que era o previsto”, explicou.
Durante a semana passada, a Renamo submeteu uma carta à CNE pedindo a prorrogação do processo, alegando os mesmos motivos apresentados ontem pelo Governo. Na altura, em resposta a jornalistas, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, informou que a proposta estava a ser analisada.
Neste momento, foram inscritos 9.917.653 eleitores, o que correspondente a 81,3%. As províncias de Sofala e Zambézia estão entre as que registaram fraca adesão.