Os Estados Unidos da América (EUA) reiteraram nesta quarta-feira o seu apelo para que haja soluções pacíficas face ao actual espectro de guerra civil que se vive no País.
Através de um comunicado de Imprensa distribuído pela sua representação diplomática em Maputo, os EUA afirmam que “o fim do impasse actual exige a vontade de ambas as partes se sentarem juntas para uma solução pacífica e duradoura”.
O governo americano manifesta-se mais uma vez preocupado com os relatos de confrontos contínuos entre elementos da Renamo e forças governamentais.
“A confirmação por parte da Renamo de que existem elementos da segurança do partido por todo o país é altamente perturbante. Repetimos as nossas declarações anteriores de que o uso da violência não resolvera as diferenças políticas”, refere o documento.
O governo norte-americano diz também estar “bastante alarmado” com os relatos de movimentos de populações vulneráveis na zona da Gorongosa, na província central de Sofala e na província sulista de Inhambane.
“Estas populações foram forçadas a fugir da violência durante esta época de essencial de cultivo. Imploramos a cessação de todas as acções que causem danos ou coloquem as populações em risco”, lê-se na mesma nota que tivemos acesso.
Em relação ao agente da Polícia da República de Moçambique (PRM) morto na última terça-feira no distrito de Funhalouro, província de Inhambane, na troca de tiros com supostos homens da Renamo durante um ataque ao Posto da Polícia local os EUA apresentam as suas condolências à família, apelando, por outro lado, a “todos os intervenientes na arena política para condenarem este e outros actos de violência similares.
“Esta morte representa o último numa série de eventos trágicos e preocupantes causados pela violência política constante”, lamentam os EUA que dizem continuarem a ser garante e defensores da permanecia da paz e prosperidade em Moçambique.
União Europeia
Por sua vez, a alta Representante da União Europeia em Maputo, através da sua porta-voz, Catherine Ashton, manifestou “preocupação” com o eclodir do conflito armado.
“A Alta Representante manifesta a sua preocupação com o eclodir de violência causada pelo destacamento de homens armados, suspeitos de pertencerem à Renamo, na província de Inhambane. Este desenvolvimento representa um alargamento da insegurança do centro de Moçambique a áreas do sul do País”, disse a senhora Catherine Ashton.
Acrescentou que a Alta Representante condena o uso da força como meio de atingir fins políticos. “Lamenta a perda de vidas e o deslocamento de populações locais devido à continuação do clima de insegurança”, referiu a mesma porta-voz apelando à Renamo para um fim imediato dos ataques armados a civis e a forças de segurança governamentais.
Apelou também à Renamo e ao Governo de Moçambique para que estabeleçam, sem demora, um processo de diálogo político genuíno e construtivo com vista a resultados concretos no sentido da reconciliação pacífica.
“O que precede é particularmente importante, dado que se iniciará brevemente o processo de registo de eleitores para as eleições presidenciais, parlamentares e provinciais, marcadas para 2014. A este respeito é também importante que as lições extraídas de eleições anteriores contribuam para a consolidação da via da democracia, conduzindo ao desenvolvimento sustentável e à criação de um país pacífico, próspero, seguro e estável para todos os seus cidadãos”, disse a porta-voz da Alta Representante da União Europeia, garantindo, por outro lado, que “a UE mantém-se disponível para continuar a apoiar Moçambique a promover estes fins.”