Sociedade Saúde Regiões Centro e Sul continuam com maior índice de seroprevalência

Regiões Centro e Sul continuam com maior índice de seroprevalência

As regiões Centro e Sul do País continuam a ser a que maior índice de prevalência tem. A epidemia, ainda de acordo com o CNCS, tem um carácter heterogéneo em termos geográficos, sócio‐demográficos e socioeconómicos: mulheres, residentes urbanos, pessoas residindo nas regiões sul e centro são mais afectadas pelo HIV e SIDA.

A principal via de transmissão continua a ser heterossexual em cerca de 90% dos casos em adultos.

O CNCS refere que assiste-se a uma contínua fragilização das estruturas familiares, devida à pressão criada pelos cuidados e apoio que têm de ser proporcionados a um número crescente de pessoas debilitadas e/ou aos órfãos devido ao SIDA.

Número assustador de crianças órfãs

Em 2008 estimava-se que aproximadamente 463,000 crianças tinham perdido o pai, a mãe ou ambos devido ao SIDA. O número cresceu para 558,000 crianças em 2010.
Diferentes estudos apontam que a transmissão heterossexual do HIV é responsável em mais de 90% das novas infecções do HIV nos adultos.

Com base nos dados apresentados sobre a incidência e o impacto demográfico do HIV, sugere-se que os factores impulsionadores desta epidemia em Moçambique são: parcerias múltiplas e concomitantes; transmissão entre parceiros discordantes fixos; baixo e uso inconsistente do preservativo; baixo nível de circuncisão nas províncias do Centro e Sul do país; alta mobilidade e migração da população por trabalho, comércio e meios de subsistência; trabalhadores/as de sexo; comportamento de alto risco entre homens que tem sexo com outros homens e utilizadores de drogas intravenosas; aspectos estruturais da sociedade como iniquidade de género, violência e abuso sexual (direitos humanos), e aspectos culturais e tradicionais.

Fim de Sida até 2030

Enquanto isso, o director do programa de Sida da ONU prevê fim da epidemia em 2030. Numa perspectiva pessoal, o responsável acha que 2030 é um alvo razoável para pensar sobre o fim da epidemia.

Considera que a experiência histórica, o tempo que levou a expansão dos tratamentos dá um bom parâmetro para pensar que, talvez, 15 anos seja um tempo razoável para o fim da epidemia.

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Por outro lado, o director Loures, acredita que até 2015 será possível eliminar globalmente a transmissão vertical do vírus, ou seja, de mãe para filho.

Disse que existem casos a acontecer ainda no continente africano, sendo que é quase virtual a transmissão mãe filho fora da África, defendendo por isso que a epidemia pode ser terminada nos próximos dois a três anos.

Preocupação com os homossexuais

Actualmente, de acordo com o director, a maior epidemia ocorre entre homossexuais do sexo masculino. A transmissão nesse grupo cresce em países do Hemisfério Norte, como os Estados Unidos e a Rússia; tendo estado a aumentar também na Europa, na África, na Ásia, e em alguns países do Hemisfério Sul.

Referiu que no seu ponto de vista a epidemia entre homossexuais masculinos, é a única epidemia verdadeiramente global que “nós temos hoje, entre as muitas epidemias de sida”.

Disse que o risco de um homossexual jovem adquirir HIV hoje numa capital europeia é igual ao risco para adquirir HIV de um jovem a crescer na África do Sul, que tem a maior epidemia do mundo.

Redução de mortes por SIDA

Segundo dados apresentados por Loures, em 2011 foram registadas 500 mil mortes causadas por sida a menos do que em 2005. As maiores quedas ocorreram nos países da África Subsaariana.

A redução da mortalidade maternal, bem como de infecções transmissíveis de mãe para filho no contexto dos esforços de contenção do alastramento e consequências do HIV e SIDA no tecido social continuam como uma acção das mais enérgicas e prioritárias nas estratégias de combate a doença. Por conseguinte, o Lema Zero Novas Infecções, Zero Discriminação e Zero Mortes por HIV e SIDA que os Governos rubricaram quando da Reunião de Alto Nível na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, continua inabalavelmente a ser actual, inspirando as respostas nacionais em todos os países, rumo à redução e alcance das Metas e Objectivos de Desenvolvimento do Milénio traçados para 2015.