As duas bancadas parlamentares da oposição na Assembleia da República são unânimes em afirmar que o discurso de Guebuza não traz resposta aos principais problemas que o País vive neste momento, para além de repetir o que o Governo disse ao parlamento.
Arnaldo Chalaua, porta-voz da bancada parlamentar da Renamo, considera que o informe de Guebuza é “medíocre e a projecção para o ano é de que seja pior que este”. Chalaua entende ainda que Armando Guebuza não encontrou palavras para dizer aos moçambicanos qual é o estado da nação.”
Para Chalaua, o PR “não está a conseguir controlar a criminalidade e os raptos e não está, igualmente, a saber dizer “se estamos em guerra ou não”, por estas e outras questões, considera o deputado que “se tivesse dito que o estado da nação é bom, os moçambicanos o vaiariam.”
MDM
O deputado e porta-voz da bancada parlamentar do MDM, José de Sousa, diz que Armando Guebuza “não avança soluções imediatas para estancar os problemas”.
Sobre a tensão político-militar, o deputado considera que “o presidente da República veio a esta casa manifestar que a resposta à tensão político-militar vai ser o uso da força”, uma vez que no seu discurso o PR fala de sofisticação das forças de defesa e segurança.
“Esperávamos que o presidente dissesse que a curto prazo vai procurar um encontro com o presidente da Renamo”, disse o deputado, para logo acrescentar que o PR veio repetir tudo que o Governo disse ao parlamento, mas sem medidas concretas para colmatar os problemas do quotidiano dos moçambicanos.
Informe esclarecedor
O porta-voz da bancada parlamentar da Frelimo, Edmundo Galiza Matos Júnior, faz “avaliação positiva” e considera o informe do PR “profundamente esclarecedor”. Para a bancada da Frelimo, a ideia avançada por Guebuza, de que a paridade é um “falso argumento”, é positiva. E acusa “a bancada da Renamo de falta de responsabilidade perante os moçambicanos” por terem abandonado sala.