A resposta à pandemia do HIV-Sida em Moçambique está dependente dos doadores em cerca de 96 por cento dos doadores internacionais, estando o Governo a cobrir apenas quatro por cento.
Esta informação foi avançada pela Médicos Sem Fronteiras Moçambique (MSF-Moçambique), uma organização não-governamental que cita dados do relatório do último Conselho Nacional de Combate ao Sida (CNCS).
De acordo com a MSF, ao nível do financiamento internacional, o Plano de Emergência do Presidente Americano para Alívio do SIDA (PEPFAR) juntamente com o Fundo Global têm sido os principais doadores na resposta ao HIV e ambos asseguraram o fornecimento do tratamento anti-retroviral em 2013 e, parcialmente, em 2014. Eles têm um papel muito importante no preenchimento de lacunas de medicamentos e artigos médicos.
Em reacção ao anúncio do governo do Reino Unido, que vai contribuir em 1 bilião de euros para o Fundo Global de Combate ao Sida, Tuberculose e Malária nos próximos três anos, a MSF diz, em comunicado, que é preciso que todos os outros países doadores façam o mesmo, de modo a alcançar-se a meta dos 15 biliões de dólares norte-americanos da contribuição total necessária. “Com este gesto, o governo do Reino Unido está a desafiar a comunidade internacional de doadores a injectarem dinheiro para o Fundo Global. Se o desafio for superado, significa que será percorrido um longo caminho no sentido de promover o progresso feito ao longo dos últimos 10 anos na luta contra as três pandemias assassinas. Os doadores – incluindo a Alemanha, Austrália e a Comissão Europeia – devem agora se esforçar em comprometerem-se a fornecer apoio financeiro completo para o Fundo Global para os próximos três anos”, considera a MSF.