A malária, doença mais mortífera em Moçambique, ceifou vidas a 2800 pessoas num período de um ano, o que significa uma subida de 10 por cento, se comparado com os números registados no ano de 2010/2011.
A subida do número de óbitos deveu-se a não pulverização no ano passado, devido ao atraso da chegada dos insecticidas no País.
Esta informação foi, sexta-feira da semana finda, avançada pela directora do Programa Nacional de Controlo da Malária, Graça Matsinhe, em Tchemanine, Posto Administrativo de Chidenguele, distrito de Mandlacaze, província de Gaza, no lançamento da Campanha Nacional de Pulverização.
“Neste ano, esperamos que haja uma redução drástica dos casos de malária. Como referi, o facto de não ter havido a campanha no ano de 2012 fez com que os casos de malária aumentassem em grande escala nas unidades sanitárias de todo o País”, disse.
Acrescentou que neste momento o País está a registar cerca de três milhões de casos de malária, o que significa um aumento na ordem de 25 por cento em 2012, em comparação com 2011.
A campanha de combate à malária vai decorrer em todo o país e prevê pulverizar 58 distritos. E com isso pretende-se cobrir cerca de dois milhões de famílias, ou seja, oito milhões de pessoas estarão protegidas da malária através da pulverização.
Gaza cumpre apenas 28 por cento do planificado
No contexto do controlo da malária em mulheres grávidas, a província de Gaza planificou para este ano atender 22.185 mulheres grávidas, mas até Agosto passado havia atingido 12.855, o que representa uma realização na ordem de 28 por cento.
Segundo o director provincial da Saúde de Gaza, Isaías Ramiro, a pulverização é um dos meios mais eficazes na prevenção de malária. E disse que, no cômputo geral, no ano passado em Gaza registou-se 214 mil casos de malária, contra 350 mil registados em 2011.
Quanto ao número de óbitos, disse que reduziu de 97 em 2011, para 42 em 2012. “Isto mostra que o impacto desta intervenção é muito forte. Na nossa província, precisamos de maior envolvimento de todos nesta luta”, disse Isaías Ramiro, sublinhando que na campanha lançada semana passada houve uma grande mobilização que permitiu que as equipas de saúde penetrassem no interior das comunidades.
Acrescentou que estão criadas condições para que a província de Gaza cumpra com os planos traçados.
Saúde para crianças e mulheres grávidas
O ministro da Saúde, Alexandre Manguele, disse em Tchemanine que o lançamento da campanha de pulverização vai impedir que os mosquitos não piquem e transmitam malária na comunidade.
“Queremos que haja boa saúde nas crianças e mulheres grávidas. Fomos recebidos em algumas casas e sentimos que existe um sinal positivo. A partir daqui, lançamos para todo o País a campanha de pulverização”, disse.
Manguele disse também que durante o encontro discutiu-se em detalhe a questão de envolvimento comunitário com realce ao papel presente e futuro dos agentes polivalentes elementares e médicos tradicionais numa perspectiva de inovação e sustentabilidade.
Quanto às grandes endemias, como o HIV-SIDA e tuberculose, foi discutido o programa acelerado de modo a haver uma melhor integração, despiste e seguimento.
“Foram também analisados os diferentes componentes da gestão dos programas de saúde pública como a nutrição, programa alargado de vacinação e doenças negligenciadas e não transmissíveis”, disse.