Nacional Na linha do cliente: Trabalhadores paralisam actividade na Movitel

Na linha do cliente: Trabalhadores paralisam actividade na Movitel

Cerca de 200 trabalhadores afectos à linha do cliente da operadora de telefonia móvel, Movitel, paralisaram a sua actividade na manhã de ontem em protesto a alegadas irregularidades cometidas pelo patronato da empresa, de capitais nacionais e vietnamitas.

O grupo reivindica, entre outras coisas, o aumento de 100 por cento sobre o salário que auferem actualmente, a melhoria das condições de trabalho bem como do relacionamento entre os gestores da empresa e os colaboradores.

Acusa a massa laboral o patronato de incumprimento das promessas feitas em relação ao aumento progressivo dos salários e da regularização dos contratos.

Os trabalhadores indiciam ainda a entidade patronal de estar a inviabilizar a criação de um comité sindical local.

Os operadores da linha do cliente, a maior parte dos quais não aceitou se identificar por temer represálias, afirmam que são frequentes casos de trabalhadores que vêem os seus contratos rescindidos quando, por alguma razão, se atrasam ao serviço.

Os trabalhadores dizem que quando apresentam alguma reclamação a resposta que recebem tem sido invariavelmente a mesma para todos os casos: “Não importa, se não estas bem aqui podes ir embora que amanhã encontraremos alguém para ocupar o seu lugar”.

Não foi possível obter a versão da direcção da Movitel, alegadamente por estar reunida com os representantes dos trabalhadores que decidiram paralisar a sua actividade.

Uma nova sessão negocial iniciou a meio da manhã de ontem entre a direcção e os representantes dos trabalhadores e a mesma se prolongou até a meio da tarde na sede daquela operadora, de capitais nacionais e vietnamitas, que abriu oficialmente no país no ano passado.

As negociações prolongaram-se até a meio da tarde quando as partes solicitaram a arbitragem da Direcção de Trabalho da Cidade de Maputo, para se encontrar uma solução que não prejudique a nenhuma das partes.

O director de Trabalho da Cidade, Alberto Novela, contactado telefonicamente pelo nosso Jornal, confirmou a comparência das partes naquela órgão e afirmou que tinha se chegado a consenso em relação a algumas pontos do caderno reivindicativo.

“Apesar de ainda estarem por resolver algumas questões já houve consenso na maioria das reivindicações e alguns trabalhadores reocuparam os seus postos”, disse Novela.

Entretanto, à saída da nossa equipa de Reportagem da Movitel os trabalhadores estavam a ser sensibilizados para regressarem ao trabalho para evitar que fossem expulsos, pois a direcção da empresa não admitia aquele tipo de práticas.