O Presidente Armando Guebuza visitou esta quarta-feira o Porto de Aberdeen onde se inteirou sobre o funcionamento e plano de desenvolvimento desta que é uma das infra-estruturas portuárias de referência, sobretudo na componente logística da indústria de petróleo e gás na Escócia e no Reino Unido, em geral.
Guebuza deslocou-se ao porto, no quadro da sua visita de trabalho a Escócia iniciada Terça-feira e que terá como ponto mais alto a sua participação na Conferencia Internacional sobre Infra-Estruturas do Sector da Industria de Petróleo e Gás em Moçambique, um evento em que se pretende expor as potencialidades do país em recursos naturais, particularmente o gás natural, tendo em vista mobilizar investimentos para este sector.
A cerimónia de abertura deste evento terá lugar Quinta-feira e será dirigia pelo estadista moçambicano.
No local, Guebuza ouviu explicações dos gestores do porto sobre a forma como o mesmo foi desenvolvendo. Antes do início da exploração de petróleo e gás, cujas plataformas estão no mar do Norte, o porto serviu a actividade pesqueira, que ate então era a base principal de economia de Aberdeen.
Este processo, segundo os gestores, envolveu grandes investimentos e, sobremaneira, uma mudança de atitude para adequa-lo a nova realidade imposta pela actividade petrolífera.
Por conseguinte, grandes investimentos foram feitos na componente de formação e treinamento de recursos humanos e construção de infra-estruturas capazes de responder as necessidades resultantes da exploração deste recurso, o que tornou o porto de Aberdeen uma grande referência no pais, na Europa, e no mundo.
Alias, o porto de Aberdeen desempenha um papel vital para o nordeste da Escócia, em termos de Infra-estrutura de transporte e um recurso chave a nível regional. Com relações comerciais para mais de 40 países, este é um dos portos mais movimentados do Reino Unido, bem como o centro da actividade para a indústria de energia e operações marítimas no Noroeste da Europa.
Segundo foi revelado na ocasião, as actividades deste porto foram responsáveis pela geração de mais de 500 milhões de libras para a economia regional e pela criação de mais de 11 mil postos de emprego directos e indirectos.
Os dados indicam ainda que, em 2012, o porto manuseou mais de cinco milhões de toneladas de carga, o equivalente a cerca de 1,5 biliões de libras, fasquia que representa um crescimento na ordem de oito por cento em relação a 2011.
O investimento continua a ser a chave do sucesso nesta infra-estrutura. A título de exemplo, de 2008 a 2012, foram investidos no Porto cerca de 600 milhões de libras para o seu desenvolvimento.
Devido aos novos desafios caracterizados pela cada vez maior procura dos serviços portuários, foi lançado, em Setembro de 2012, um estudo para identificar potenciais opções para a sua expansão, tendo em conta a necessidade de assegurar que este continue a ser o principal porto comercial para o nordeste da Escócia e para manter o seu estatuto de Aberdeen como centro energético do noroeste europeu.
A visita ao porto fundamenta-se pelo facto de Moçambique, devido as grandes descobertas de gás natural, particularmente na Bacia do Rovuma, poder vir a enfrentar muitos desafios para o aproveitamento integral deste recurso.
Um dos desafios tem a ver com a necessidade de qualificação do pessoal que vai trabalhar na fase de exploração e outro grande desfio é a componente de infra-estruturas, que, no conjunto, requer enormes investimentos.
Não menos importante é também a questão da gestão das expectativas resultantes destas descobertas, facto que foi referenciado durante uma visita a Camara Municipal de Aberdeen, um momento que antecedeu a visita ao porto.
Comentando sobre esta visita e os desafios de Moçambique nesta fase dos projectos de gás e de petróleo, actualmente em pesquisa e prospecção, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze, disse que o pais precisa de aprender das experiências da Escócia nesta matéria.
“Aberdeen era uma cidade que era essencialmente de pesca, para depois beneficiar de uma transformação de toda a infra-estrutura visando a adequar ao objectivo que tinha sido estabelecido em matéria de produção de gás e petróleo e, isso, incluiu um grande investimento de infra-estruturas e durante muitos anos”, disse Banze, falando a jornalistas moçambicanos que cobrem a visita do Presidente Armando Guebuza.
Segundo ele, a formação em termos de recursos humanos deve ocorrer nas várias especialidades existentes, não só ao nível de engenheiros que lidam directamente com o petróleo, mas com toda a estrutura e conhecimento que envolve a extracção do gás e petróleo e também de todos os serviços de logística e de apoio que é preciso fazer.
Realçou que esta visa essencialmente partilhar o conhecimento em torno da indústria de petróleo e gás, tendo em conta que Aberdeen tem tanta experiência nesta matéria.
Para além do Porto e a Câmara Municipal, Guebuza visitou também o Museu Marítimo e, durante a tarde, concedeu audiências a uma serie de personalidades do mundo de negócios, politico e ate cultural.
RM