Um suposto perigoso cadastrado, identificado por Osvaldo Nhanbanga, foi baleado quando tentava assaltar um banco na cidade de Xai-Xai, província de Gaza. Nhanbanga, que nos meandros do crime é conhecido por “Tinyiko”, acabava de vender um camião roubado a um comerciante em Chókwè, por 450 mil meticais.
Entretanto, “Tinyiko” nega que queria assaltar um banco. Mas confirma ter facilitado a venda de camião perante uma comissão de 80 mil meticais. Diz que foi contactado por dois jovens para arranjar clientes.
O comandante da Polícia em Magude, Armando Mude, disse que “Tinyiko” vinha sendo procurado pela Polícia. É indiciado de prática de vários crimes.
“Há dias, Tinyiko roubou um camião e deixou uma arma de fogo no local. O camião foi vendido a um comerciante de Chókwè. Ele estava em liberdade condicional. Apontou um jovem com uma arma que acidentalmente se disparou e alvejou esse jovem”, disse.
Segundo Mude, dentro da liberdade condicional que gozava, Tinyiko foi baleado a tentar assaltar um banco em Xai-Xai. No Hospital Provincial de Xai-Xai, identificou-se como Luís Sitoe.
“Ele faz parte do grupo de cinco malfeitores. Dois elementos do seu grupo foram capturados e os outros dois estão a monte. Eles operavam em Magude, Chókwè, Macie e Xai-Xai”, disse.
Nhanbanga nega ser ladrão
Osvaldo Nhanbanga, vulgo “Tinyiko”, confirma que foi baleado em Xai-Xai, mas não a tentar assaltar um banco como a Polícia diz. “Eu estava na companhia do meu sobrinho”, disse.
Afirmou que os que lhe contactaram disseram que traziam o camião de Moamba e ele devia arranjar clientes. “Nunca pensei em assaltar um banco. Fui baleado parado perto da ponte de Xai-Xai. É a primeira vez que fico detido. Nasci e vivo aqui em Magude. O camião custava 600 mil meticais mas o cliente havia pago 450 mil meticais”, disse.
Confirma que já foi preso em 2010. Estava na companhia de um seu primo que havia roubado painéis solares. Depois de julgado, foi condenado a uma pena de um ano e 6 meses.
“Meu primo ligou-me para lhe acompanhar e ajudar a carregar painéis solares. Fui preso porque estava na companhia dele”, disse.
Navingo preso com “Tinyiko”
Manuel Navingo, estudante de 10ª classe, na Escola Secundária de Magude, está a ver o sol aos quadradinhos em Magude, por ter participado no negócio do camião com “Tinyiko”.
“Ligaram-me para conduzir o camião. Fui informado que o camião vinha da África do Sul. É a primeira vez que entro numa esquadra. Não tenho carta de condução”, disse.
Comerciante queixa-se de burla
Josué Lobo, comerciante de Chókwè que comprou o camião, disse que foi contactado por dois jovens que disseram que estavam a vender um camião de marca Isuzu. O carro custa 600 mil meticais.
“Eu sempre precisei de um camião. Paguei 450 mil meticais. Prometi pagar dia seguinte, mas disseram que estavam com urgência de voltar à África do Sul. Trouxeram o carro a conduzir e pediram-se 600 mil meticais, mas só consegui pagar 450 mil meticais. 30 minutos depois recebo um telefonema a dizer que o camião que comprei era roubado”, disse.
Lobo disse que já tentou junto da família de “Tinyiko” reaver o valor pago, mas até sexta-feira ainda não tinha resposta.
Canal Moz