Sociedade Saúde MISAU e médicos ainda num impasse

MISAU e médicos ainda num impasse

O impasse é o que caracteriza o diálogo entre o Ministério da Saúde e a Associação Médica de Moçambique, facto que tem vindo a afectar o normal funcionamento das unidades sanitárias, principalmente as que se localizam na capital do país. Nos restantes pontos do país, as unidades sanitárias continuam a funcionar sem grandes dificuldades devido a pouca aderência dos profissionais da saúde à greve decretada pela AMM.

O DIÁLOGO entre o Ministério de Saúde (MISAU) e a Associação Médica de Moçambique (AMM) continua num impasse com as duas entidades a trocarem acusações sobre o responsável pelo prolongamento da greve dos médicos, que já vai na terceira semana.

O MISAU afirma, num comunicado de imprensa enviado à nossa Redacção, que esteve sempre aberto ao diálogo com os profissionais de saúde e suas associações técnico-profissionais com vista a solucionar as suas preocupações.

O mesmo documento refere que é nesta senda que tem persistido no diálogo com a AMM, mas não está a encontrar a abertura necessária para solucionar o diferendo que poderá acabar com a greve dos médicos.
O Ministério acusa a direcção da AMM de estar a desrespeitar a delegação ministerial chefiada pelo Secretário Permanente, Marcelino Lucas, o que está a contribuir para que o diálogo entre as partes não esteja a ser frutuoso.

Entretanto, numa carta endereçada ao Primeiro-Ministro, Alberto Vaquina, a Associação Médica pede a substituição dos membros da delegação do Governo alegadamente por estes não terem poder de decisão em relação aos aspectos do caderno reivindicativo.

No mesmo documento, a AMM solicita ao Primeiro-Ministro a indicação de uma equipa que possa tomar decisões que permitam a solução das reivindicações dos médicos.

Enquanto isso, as principais unidades sanitárias da cidade capital do país continuam a operar a meio gás, com alguns serviços, como as consultas externas, suspensos devido a falta de pessoal para o atendimento dos pacientes.

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Os hospitais Central de Maputo, Geral de Mavalane e José Macamo continuam com apoio de médicos militares, dos voluntários da Cruz Vermelha e dos estudantes dos Institutos médio e superior de saúde.

O director do hospital de Mavalane, Ussene Isse, disse que aquela unidade sanitária continua a ressentir-se da falta dos médicos que aderiram a greve daí estar apenas a prestar os serviços básicos como o de maternidades, pediatrias, cuidados intensivos.

“Nos últimos dias estamos a registar o regresso de alguns enfermeiros e de outro pessoal de apoio daí que as equipas já aparecem completas nas enfermarias, mas já não podemos dizer o mesmo em relação ao pessoal médico”, afirmou Isse.

A “meio gás” continua também a operar o hospital “José Macamo”, onde se notar uma grande presença de estudantes dos institutos de saúde e estagiários de Medicina. No entanto voltou a abrir as portas o Centro de Saúde que funciona nas mesmas instalações do hospital e os serviços de urgência já operavam com alguma normalidade. As morgues destes hospitais estavam igualmente operacionais, o que normalizou a realização de cerimónias fúnebres.

A porta-voz da AMM, Paulo Samo Gudo, reiterou que as directrizes da greve continuam a ser cumpridas pelo que os médicos continuam a garantir os serviços mínimos em todas as unidades sanitárias. No entanto, na manhã de hoje, os médicos vão realizar uma marcha pacifica que parte da sede da sua associação até ao circuito de manutenção António Repinga.

Jornal Notícias