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Recursos naturais ainda não são solução – considera Vaquina a-propósito da greve na Saúde

Reagindo ao cenário de greve no sector da Saúde, que hoje entra no seu quinto dia consecutivo, Vaquina disse que é preciso saber que mesmo com os recursos naturais disponíveis a parte que cabe ao Estado é apenas o correspondente aos impostos devidos pela exploração, não exactamente tudo aquilo que são os rendimentos que as empresas privadas conseguem auferir.

Falando a jornalistas à margem de uma visita ao Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), Vaquina acrescentou que apesar de o Orçamento do Estado estar dividido em rubricas o dinheiro sai de um bolo único, sendo desse mesmo bolo que se tira dinheiro para construir escolas, centros de Saúde, estradas, comprar medicamentos, assistir aos idosos, entre outras despesas.

“Como Primeiro-Ministro, devo dizer que o Estado moçambicano, nos termos dos ajustamentos salariais, decidiu aumentar aos vários profissionais, entre os quais aos médicos, de acordo com aquilo que era possível. Por outro lado, é importante referir que os médicos são a classe que nas condições dos aumentos salariais que houve em Moçambique tiveram o maior aumento possível. Infelizmente, este Estado não tem capacidade de dar mais do que aquilo que tem estado a dar a todos os profissionais porque este é um país que está em formação”, disse Alberto Vaquina.

Recursos naturais ainda não são solução – considera Vaquina a-propósito da greve na Saúde

Segundo o Primeiro-Ministro, a importância e o prestígio do médico vêm do respeito da sociedade, que deve olhar para ele como uma referência. “Eu não preciso de gritar que sou médico para ser respeitado. Os meus doentes, aqueles para quem eu trabalho, esses, através do meu comportamento e da minha competência, saberão valorizar-me como médico”, acrescentou.

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Enquanto isso, o funcionamento das unidades sanitárias continuou ontem a ser marcado por altos e baixos, com algumas permanecendo fechadas e outras a operar debaixo de dificuldades devido à exiguidade de pessoal médico disponível para o trabalho.

Na cidade de Maputo os grevistas liderados pela Associação Médica de Moçambique (AMM) escolheram a zona da praia da Miramar para se concentrar durante a manhã de ontem, sempre vigiados por unidades da Polícia da República de Moçambique.

Não há registo de tumultos nem de confrontos entre a Polícia e os manifestantes.

Ainda ontem o Ministério da Saúde convocou a imprensa para reiterar a sua disponibilidade para retomar o diálogo com os grevistas, mas mantém a sua posição segundo a qual as negociações só podem decorrer com a AMM, na ausência dos representantes da Comissão de Profissionais de Saúde Unidos (PSU).

Por seu turno, a AMM finca-pé na ideia de que só pode haver diálogo caso o mesmo se estenda aos PSU que, segundo a classe médica, representam uma franja considerada de profissionais da Saúde também prejudicados pelas actuais condições de trabalho e salário oferecidas pelo sector.

Jornal Noticias