Sociedade Saúde Buscam-se estratégias para redução do cancro em Moçambique

Buscam-se estratégias para redução do cancro em Moçambique

Para o efeito, decorre desde ontem na capital do país a reunião nacional sobre a matéria, que junta diversos actores, entre os quais líderes religiosos e comunitários, profissionais da Saúde a vários níveis, médicos tradicionais, estudantes, jornalistas, entre outros.

Na ocasião a Primeira-Dama, Maria da Luz Guebuza, defendeu a necessidade da maximização de todos os recursos visando a melhoria da saúde dos moçambicanos, pois não se justifica que muitas mulheres e crianças continuem a morrer por doenças que podem ser prevenidas.

“Sentimo-nos profundamente honrados porque vamos hoje, de forma articulada, pelo país inteiro partilhar o conhecimento sobre problemas de saúde pública que a todos preocupam”, disse a primeira-dama.

A título de exemplo falou do cancro do colo do útero, da mama e da próstata, doenças crónicas e de início traiçoeiro que não mostram sintomas e quando aparece o primeiro sinal muitas vezes já é tarde, provocando luto na família.

“A nossa preocupação é que alguns cancros podem ser prevenidos se adoptarmos estilos de vida saudáveis… e outros cancros diagnosticados e tratados numa fase inicial podem regredir, como são os casos dos cancros do colo do útero, da mama e da próstata”, disse.

A reunião de Maputo acontece numa altura em que estatísticas mostram que cerca de oito em cada 100 novos casos dos cancros na mulher estão relacionados com o cancro da mama, enquanto 32 em cada cem novos casos estão ligados ao cancro do colo do útero, sendo este último o mais comum nas moçambicanas.

Buscam-se estratégias para redução do cancro em Moçambique

Falando na sessão de abertura da reunião, a Vice-Ministra da Saúde, Nazira Abdula, referiu que só em 2008 o país registou 945 casos novos de cancro da mama, com 512 mortes, o que significa que cerca de cinco em cada 10 mulheres com esta doença morrem.

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Ainda em 2008, 3600 mulheres foram diagnosticadas o cancro do colo do útero e 2356 morreram, o que implica que cerca de seis em cada 10 perdem a vida devida à doença.

Sob o lema “Juntos Podemos Salvar Vidas”, a reunião de Maputo surge em preparação da VII Conferência sobre o Cancro do Colo do Útero e da Mama em África, evento que pela primeira vez acontece num país de expressão portuguesa, facto que, segundo os organizadores, representa um desafio para Moçambique.

O encontro, que vai decorrer de 21 a 23 de Julho, irá juntar, para além das primeiras-damas de África, ministros da Saúde, especialistas do sector, parlamentares e organizações da sociedade civil.

A governadora da cidade de Maputo, Lucília Hama, enalteceu o papel da esposa do Chefe do Estado através do seu gabinete pela sua entrega à causa da doença e considerou a realização da conferência oportuna, na medida em que visa sensibilizar todas as forças vivas da sociedade a prevenirem-se destas patologias.

O MISAU lançou uma estratégia nacional de rastreio do cancro do colo do útero e com sinais positivos, tendo em conta o nível de adesão das mulheres, acto que vem acontecendo desde 2009.

A iniciativa do rastreio é de âmbito nacional e até ao ano passado foram rastreadas 66 mil mulheres, sendo que destas cerca de 6800 apresentavam lesões iniciais precursoras do cancro do colo do útero.

Estes números, segundo Nazira Abdula, significam que em cada 100 mulheres rastreadas 10 foram positivas para lesões iniciais, um número muito alto que reafirma a dimensão do problema do cancro do colo do útero no país.

Jornal Noticias