A demissão do director dos Recursos Humanos da AFRICOM surge na sequência do inquérito interno instaurado pela direcção daquela companhia com vista a esclarecer se tais denúncias seriam ou não reais e os autores daquela prática.
As averiguações foram efectuadas por uma firma independente de advogados, designada Couto Graça e Associados (CGA), que recebeu mandato para inquirir a todos os trabalhadores e os membros da direcção da empresa para o esclarecimento do caso.
O inquérito foi efectuado por um período de 15 dias e os resultados apresentados posteriormente à direcção da Africom, Lda., com evidências de que o director de Recursos Humanos estava envolvido nessa prática de assédio sexual às suas colegas.
Mesmo sem entrar em detalhes sobre o conteúdo do relatório final, fonte da Africom, Lda. garantiu ao “Notícias” que depois da entrega dos resultados do inquérito, Sumit Sanyal foi convidado a abandonar a empresa tendo, para tal, apresentado a sua demissão.
Para além de abandonar a Africom, Lda., o visado viu o seu contrato de trabalho devolvido ao Ministério do Trabalho, o que significa que perdeu o direito de continuar a exercer actividades laborais no país em nome daquela empresa moageira.
“Ele deverá deixar o país ainda esta semana porque a sua permanência no território nacional era justificada pelo seu contrato de trabalho ora devolvido ao ministério de tutela e o visto de permanência às autoridades migratórias”, disse a fonte.
A demissão de Sumit Sanyal, do cargo de director dos Recursos Humanos da Africom, Lda., foi confirmada pelo director de Trabalho da Cidade de Maputo, Alberto Novela, que reiterou que a instituição que dirige comunicou igualmente ao Serviço Nacional da Migração sobre a situação do visado.
“Recebemos a carta de demissão e todos os documentos que sustentavam a permanência do senhor Sumit Sanyal no país. Não confirmamos, mas sabemos que ele vai abandonar o país porque na demissão foi-lhe confiscado o dire de permanência no país”, disse Novela.
A demissão de Sumit Sanyal ocorreu depois de um inquérito na sequência da publicação de dois artigos pelo nosso Jornal sobre denúncias de maus-tratos, com destaque para casos de assédio sexual, protagonizados por alguns membros da direcção.
Em duas cartas anónimas enviadas à nossa Redacção, as vítimas acusavam, entre outros gestores, o director dos Recursos Humanos ora demitido, Sumit Sanyal, de criar mau ambiente de trabalho, com ameaças de despedimento caso as visadas não aceitassem se envolver com ele.
Este funcionário sénior era igualmente acusado de promover situações de desprezo, racismo e pressão psicológica aos trabalhadores, uma situação que as denunciantes apontavam como sendo principal razão para o seu mau desempenho profissional.
Tratou-se da terceira queixa que a nossa fonte recebeu, no período inferior a um ano, sobre assédio sexual de colaboradores do sexo feminino na Africom, Lda. por parte dos gestores da empresa. O grupo de trabalhadores que escreveu a primeira carta incluía homens, cujas esposas trabalham naquela companhia.
Jornal Noticias